Embate do PMDB com o Palácio do Planalto é preocupante e vai além da busca por cargos e ministérios

eduardo_cunha_06Nitroglicerina pura – Dilma Vana Rousseff nem de longe sabe o que é humildade e por isso a reaproximação com o PMDB deve ser considerado mais um blefe político da presidente, que está preocupada apenas com o seu projeto de reeleição. No domingo (9), a petista reuniu-se mais uma vez com o vice Michel Temer – o que deve ocorrer novamente nesta segunda-feira (10) – e ao final do encontro informou que tratará de colocar fim à crise e de costurar as alianças entre os dois partidos nos estados.

A situação piorou ainda mais com a rebelião liderada pelo líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), que novamente deu o seu recado. Disse Cunha que isolá-lo, como pretende a presidente Dilma, será o mesmo que isolar a bancada do PMDB. Eduardo Cunha não é um estreante na política e também não está no PMDB porque é um incompetente. Por ocasião de sua escolha para liderar o partido na Câmara, o ucho.info alertou para o fato de que o governo teria problemas na Casa legislativa.

Logo após reunir-se com Dilma, o vice-presidente Michel Temer desautorizou o líder do PMDB em sua decisão de enfrentar o governo. É preciso salientar que Eduardo Cunha não agiu até agora por conta própria. O fez com a anuência e o apoio da cúpula do partido, que tem preocupações muito maiores que o apetite por ministérios e cargos na máquina federal. A grande questão está na possibilidade de Dilma se reeleger e o PT instalar no País um regime totalitarista ancorado em partido único.

Se por um lado Cunha não vem agindo por livre e espontânea vontade, por outro o PT tem aproveitado a truculência comportamental de Dilma para avançar em seu projeto de transformar o Brasil em uma versão agigantada da combalida Venezuela, onde adversários políticos são meros figurantes e sem direito a palpite. O Brasil caminha na direção de um regime totalitarista, sem que a população tenha acordado para o perigo.

Quem frequenta os bastidores da política nacional sabe que o embate do PMBD com o governo vai muito além da reforma ministerial, que Dilma Rousseff insiste em fazer do seu jeito e sem ouvir os partidos da chamada base aliada. No momento em que o PT decidiu lotear a Esplanada dos Ministérios, como forma de substituir o criminoso esquema do Mensalão, não há como deixar de conversar com os aliados, mesmo que o temperamento explosivo da presidente não aceite esse tipo de conduta.