Geraldo Alckmin deveria cobrar o afastamento de conselheiro do TCE acusado de corrupção

geraldo_alckmin_26Perdendo tempo – Governador do mais importante estado da federação, São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin disse, na segunda-feira (11), que é preciso apurar de forma rigorosa as denúncias contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho, acusado de envolvimento em esquema de pagamento de propina na área de energia do Estado quando foi secretário da Casa Civil, no governo de Mário Covas.

No mesmo dia o jornal “O Estado de S. Paulo” revelou a ficha de abertura de conta secreta na Suíça em nome de Marinho, na qual foi depositado, à época, o montante de US$ 1,1 milhão. O Ministério Público Federal suspeita que o dinheiro em questão seja proveniente de propina, mas Robson Marinho nega ter qualquer quantia no exterior. Apesar da negativa do tucano, o documento enviado pelas autoridades suíças contém as assinaturas do ex-chefe da Casa Civil do governo Covas a de sua mulher, Maria Lúcia de Oliveira Marinho.

“Em relação ao Robson Marinho, acho que tem que apurar. O que todos nós queremos é que tenha apuração rigorosa, que se esclareçam as questões e as punições devidas. Então, é avançar com as investigações”, disse Geraldo Alckmin.

O discurso cobrando apuração rigorosa faz parte do protocolo da política, mas é preciso que o governador paulista exija o afastamento temporário de Robson Marinho, durante o período das investigações, do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. É no mínimo piada de péssimo gosto um integrante de órgão fiscalizador das contas estaduais estar sendo acusado de corrupção.

O afastamento de Marinho é necessário e importante não apenas para o próprio acusado, que com a medida consegue preservar o currículo, mas também para que Alckmin mantenha a liderança política no Estado, evitando ataques dos adversários.

Muitos rotulam tal medida como condenação antecipada, mas a situação é exatamente oposta, pois tira-se o acusado da mira dos francos atiradores e preserva-se o governo. É preciso lembrar que Itamar Franco, então presidente da República, afastou temporariamente Henrique Hargreaves da chefia da Casa Civil enquanto eram apuradas as denúncias contra seu amigo de longa data. A Polícia Federal concluiu que nada havia contra Hargreaves, que retornou ao cargo de cabeça erguida.