Sob nova direção – A socialista Michelle Bachelet assumiu na terça-feira (11) a presidência do Chile, tornando-se a primeira líder chilena a obter um segundo mandato desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Ela já havia governado entre 2006 e 2010.
Com uma agenda de governo ambiciosa para os próximos quatro anos, Bachelet foi empossada numa cerimônia realizada no Congresso Nacional, na cidade de Valparaíso, e recebeu a faixa presidencial das mãos de Isabel Allende Bussi, filha do ex-presidente Salvador Allende e presidente do Senado.
Durante seu discurso de posse, a presidente prometeu fazer do Chile um país mais justo. “O Chile tem apenas um adversário e ele se chama desigualdade. Só unidos podemos enfrentá-lo”, afirmou. “Quero que no dia em que eu saia dessa casa [governo], vocês sintam que a sua vida mudou para a melhor, que o Chile não é só uma lista de indicadores ou estatísticas, mas uma pátria melhor para se viver, uma sociedade melhor para todo o seu povo.”
A agenda de governo de Bachelet impõe uma meta de 50 medidas para serem realizadas durante os seus cem primeiros dias no Palácio de la Moneda. Entre as prioridades estão o estreitamento de laços com governos na América Latina e a aproximação com movimentos sociais.
Cooperação regional
Líderes regionais de toda a América compareceram à cerimônia de posse de Bachelet, entre eles os presidentes do Uruguai, José Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner, e o vice-presidente dos EUA, Joe Biden. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cancelou sua viagem em cima da hora por causa dos constantes protestos que tomam conta do país.
Ainda no primeiro dia de seu governo, Bachelet se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e fechou um acordo de cooperação que permitirá a integração de um diplomata brasileiro na missão chilena no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Chile é membro não-permanente até 2015.
“Este é um primeiro passo muito significativo e simbólico da intensidade das relações que queremos dar aos vínculos entre o Brasil e o Chile”, disse o chanceler chileno, Heraldo Muñoz. (Com agências internacionais)