Provocações e invasão da Crimeia levarão a Rússia a maior isolamento, alerta Obama

(Reuters)
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Cabo de guerra – Os Estados Unidos impuseram nesta segunda-feira (17) mais uma pacote de sanções contra autoridades russas, sendo que o presidente Barack Obama alertou que novas medidas serão tomadas se a intervenção de Moscou na Crimeia avançar.

“Vamos continuar a deixar claro que mais provocações não vão levar a nada, senão a um maior isolamento da Rússia e a uma diminuição de seu espaço no mundo”, afirmou Obama. “Se a Rússia continuar a interferir na Ucrânia, estaremos preparados para impor mais sanções”, completou.

As medidas tomadas pelos EUA reforçam o maior desentendimento entre a casa Branca e o Kremlin desde o fim da Guerra Fria e foram anunciada um dia após a a extensa maioria da população da Crimeia decidir, através de referendo, pela adesão à Rússia. Contudo, o Ocidente considerou ilegítima a votação.

As medidas norte-americanas atingem sete altos funcionários do governo russo e quatro cidadãos ucranianos, entre eles o presidente deposto Viktor Yanukovytch. Vladimir Putin não foi alcançado pelas sanções, pois o governo dos Estados Unidos raramente aplica medidas contra um chefe de Estado.

Os alvejados pelas medidas tiveram bloqueados bens e rendimentos nos Estados Unidos. Na lista constam também o vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, e vários líderes de alto escalão do Parlamento da Rússia, além de assessores de Putin. Rogozin ironizou a decisão da Casa Branca: “Camarada Obama: o que o senhor vai fazer contra aqueles que não têm contas ou propriedades no exterior? Ou o senhor não pensou nisso?”, escreveu Rogozin no Twitter.

Na Crimeia, os alvos das sanções são o autonomeado primeiro-ministro Serguei Aksyonov e Vladimir Konstantinov, presidente do Parlamento da península. Ambos são pró-Moscou.

Também nesta segunda-feira, os ministros de Relações Exteriores da União Europeia concordaram em aplicar sanções a 21 cidadãos russos e ucranianos considerados responsáveis pela instabilidade na Crimeia. O bloco decidiu restringir os vistos e congelar os bens em território comunitário dos envolvidos.

O referendo realizado no domingo (16) teve 97% de votos favoráveis à anexação da Crimeia ao território russo, mas é preciso lembrar que a grande maioria da população local não é russa, como pensam os leigos, mas, sim, descendentes.

Que Vladimir Putin adora fazer propaganda, como os ditadores do passado, todos sabem, mas se o simples fato de a descendência russa ser motivo de invasão pode trazer de volta a utópica União Soviética, que caiu diante da obsolescência do modelo político do bloco comunista. (Com informações do Deutsche Welle)