Mistério continua – A polícia da Malásia investiga um engenheiro de voo que viajava no Boeing 777-200 da Malaysian Airlines, que desapareceu há dez dias com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo. Os investigadores continuam sem pistas confiáveis sobre o paradeiro da aeronave e ampliaram as áreas de busca para uma zona superior a 7,5 milhões de quilômetros quadrados, equivalente ao território continental dos Estados Unidos.
Nos últimos dias, as investigações concentraram-se em um possível ato de sabotagem e sequestro por parte de alguns membros da tripulação, em particular do piloto e do copiloto. No entanto, ainda não foram encontradas evidências que possam incriminar qualquer pessoa a bordo do voo MH370, que saiu de partiu de Kuala Lumpur, capital malaia, para Pequim, na China, onde deveria ter aterrissado seis horas após a decolagem.
O engenheiro de voo malaio Mohd Khairul, de 29 anos, publicou nas redes sociais que trabalhou para uma empresa suíça de voos privados, a Execujet Aviation. “Estamos investigando Khairul, assim como todos os outros passageiros e a tripulação. O foco está em qualquer um que possa ter conhecimentos de aviação”, informaram fontes policiais à agência de notícias Reuters.
Já se passaram dez dias desde que a aeronave perdeu contanto com o controle de tráfego aéreo, menos de uma hora após a decolagem, mas os investigadores insistem na tese de que o voo foi desviado de sua rota de forma proposital por alguém com conhecimentos aprofundados sobre o Boeing 777-200 e navegação aérea.
Buscas na China
O embaixador da China em Kuala Lumpur, Huang Huikang, afirmou que autoridades de seu país investigaram os nomes dos 153 cidadãos de nacionalidade chinesa que estavam no voo, mas nenhum deles apresentou qualquer sinal de envolvimento em atividades terroristas ou de possível participação em um eventual sequestro do Boeing.
As conclusões afastam as suspeitas de que pudesse haver envolvimento dos separatistas da etnia uigur, do extremo oeste da China. Segundo a agência de notícias Xinhua, o embaixador chinês afirmou que seu país também iniciou buscas pela aeronave no sudoeste de seu território.
Hoje, a área de busca está dividida em dois corredores que se estendem do leste de Sumatra ao sul do Oceano Índico e do Laos ao Mar Cáspio, de acordo com o diretor do departamento de Aviação Civil da Malásia, Azharuddin Abul Rahman. Ele afirmou que os investigadores não descartam que entre os motivos do desaparecimento da aeronave possam estar defeitos estruturais ou falhas no sistema.
“Todos os esforços estão sendo realizados para diminuir a área de busca”, afirmou o ministro malaio dos Transportes, Hishammuddin Hussein. “Isso pode ser feito através da reavaliação de dados de satélite que já possuímos, com a assistência de parceiros que possuem conhecimentos primários e secundários de satélite e radar.”
No total, são 25 países trabalhando na busca pela aeronave desaparecida. Coordenar as missões de busca entre todas essas nações é um “esforço tremendo”, declarou o ministro do Exterior da Malásia, Anifah Aman. “Temos a vantagem que o governo malaio mantém relações cordiais com todos esses países”, afirmou. (DW)