Malásia pede ajuda ao FBI para investigar simulador de voo de piloto de Boeing

(Reuters)
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Nada resolvido – A Malásia solicitou nesta quarta-feira (19) ajuda do FBI, polícia federal americana, para tentar recuperar os dados do simulador de voo que o piloto do avião da Malaysia Airlines mantinha em casa. As informações foram apagadas há cerca de um mês, mas há a esperança de que possam fornecer pistas sobre o paradeiro do Boeing 777-200, desaparecido há 11 dias.

O redirecionamento das investigações – agora centradas no piloto Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, e seu copiloto, Fariq Abdul Hamid, de 27 anos – acontece no momento em que a zona de buscas é ampliada para uma área superior a 7 milhões de quilômetros quadrados, em meio a pressão crescente por parte dos parentes dos passageiros.

No momento, os investigadores se apoiam na tese de que o desvio brusco na rota da aeronave só poderia ter sido realizado por alguém com larga experiência em aviação. Como, após as investigações iniciais, constatou-se que nenhum dos passageiros registrados dispunha de tal experiência, as suspeitas recaem sobre os pilotos.

“Convocamos analistas internacionais e malaios para examinar o simulador do piloto. Há informações apagadas e estamos tentando recuperá-las”, disse o ministro da Defesa da Malásia, Hishamudin Hussein.

Famílias nomeiam porta-voz

Fontes próximas à investigação dizem que o programa tem simulações de aterrissagens nas Maldivas, no Sri Lanka, no sul da Índia e na base militar americana de Diego Garcia. Essas informações não foram confirmadas nem desmentidas na entrevista coletiva do ministro Hussein. Descoberto no sábado, o programa não era um segredo – o próprio piloto havia revelado sua existência em um fórum na internet.

As buscas pelo voo MH370, que fazia a rota Kuala Lumpur-Pequim, se estendem por uma área equivalente ao território continental dos Estados Unidos. Elas envolvem 26 países, em dois vastos corredores de oceano: um vai do Laos ao Mar Cáspio, passando sobre grande parte da Ásia, numa espécie de arco; o outro, sobre o Oceano Índico, da Ilha de Sumatra (Indonésia) ao oeste australiano.

Segundo uma fonte citada pela agência de notícias Reuters, especialistas encarregados das investigações acreditam que o jato provavelmente voou para o sul do Oceano Índico. Se tiver de fato caído no sul do Índico, é grande a chance de o avião não ser encontrado, e o mistério permanecerá irresoluto. Esse oceano é um dos pontos de águas mais profundas do planeta, com média de 3,8 mil metros e uma máxima superior a 7,4 mil metros.

Nesta quarta-feira, o grupo de parentes dos passageiros chineses que estavam no voo MH370 criou uma comissão para transferir suas queixas pela falta de informações, e anunciou a nomeação de um porta-voz para a imprensa. (Com agências internacionais)