Golpe de 64: Dilma endossa a truculência da esquerda, mas faz duras críticas à ditadura militar

dilma_rousseff_426Conversa desconexa – Nesta segunda-feira, 31 de março, dia em que o Brasil o Brasil lembrou os cinquenta anos do golpe de 1964, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a luta contra a ditadura permitiu ao povo brasileiro aprender a dar o devido valor à liberdade. A petista lembrou os “sacrifícios humanos irreparáveis” ocorridos na plúmbea era brasileira e pediu que as atrocidades cometidas no regime militar jamais sejam esquecidas.

“O dia de hoje exige que lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos aos que morreram e desaparecerem, devemos aos torturados e aos perseguidos, devemos às suas famílias. Devemos a todos os brasileiros”, disse Dilma, que participou da luta armada nos anos 1960, quando foi presa e torturada.

A presidente abordou o tema durante evento no Palácio do Planalto, ocasião em que disse que a restauração da democracia foi um processo construído pelos governos eleitos após a ditadura, e resultado da luta dos que morreram enquanto enfrentavam a “truculência ilegal” do Estado.

“Cinquenta anos atrás, na noite de hoje, o Brasil deixou de ser país de instituições ativas, independentes e democráticas. Por 21 anos, mais de duas décadas, nossas instituições, nossa liberdade, nossos sonhos, foram calados”, afirmou Dilma. “Mas o esforço de cada um de nós, de todas as lideranças do passado, daqueles que viveram e daqueles que morreram, fizeram com que nós ultrapassássemos essa época”, completou a presidente.

A presidente lembrou que ao restabelecer a democracia o povo brasileiro pode eleger um ex-exilado político (Fernando Henrique Cardoso), um líder sindical (Lula) e uma mulher que foi presa. E disse queda mesma forma como respeita a luta contra “a truculência do Estado, reconhece “o valor dos pactos políticos que levaram à democratização”.

“Aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes. O valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger no voto direto e secreto um exilado, um líder sindical que foi preso várias vezes e uma mulher que também foi prisioneira. Aprendemos o valor de ir às ruas.”

Sobre a busca para esclarecer os crimes cometidos no período, Dilma afirmou: “Repito o que disse há quase dois anos, quando instalamos a Comissão da Verdade: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, nunca pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la.”

Discurso equivocado

Dilma acerta ao afirmar que a retomada da democracia devolveu ao povo brasileiro o direito de escolher seus governantes, mas erra ao não reconhecer que o governo do PT, ao longo da última década, não apenas destruiu a economia nacional, mas instituiu o banditismo político como regra. Nenhum cidadão de bem, com doses mínimas de tutano, concorda com a delinquência que se instalou no poder, como se o Brasil não tivesse um conjunto legal capaz de coibir essa onda de criminalidade oficial.

No que tange à história sem voz, são os homens e mulheres livres de hoje é que estão a escrevê-la, apesar de toda ações da bandoleira esquerda tupiniquim, que ao não aceitar a exposição da verdade e o direito ao contraditório age como uma máfia tropical. Esse discurso embusteiro de Dilma não convence que conhece as coxias do cotidiano, mas serve para arrancar os aplausos da parcela burra e obtusa da sociedade que vive a adular o desgoverno do PT, que diuturnamente é derrotado pela verdade dos fatos.

Fio trocado

O ucho.info, como sabem os milhares de leitores, não apoia qualquer tipo de regime de exceção, assim como condena com veemência o uso de violência por parte dos donos do poder. A ditadura militar foi um período negro da história nacional, no qual os dissidentes do regime foram tratados de forma covarde. Contudo, não se pode esquecer que os que lutaram contra o regime militar também abusaram da truculência, sempre tendo a defesa da democracia como desculpa para os crimes cometidos. Um ato arbitrário não justifica outro.

Ademais, o Brasil viveu mais de duas décadas de ditadura militar porque a sociedade clamava para que algo fosse feito para impedir a instalação de uma ditadura de esquerda, objetivo dos que lutaram contra o regime. Não há como negar os fatos e muito menos o óbvio. Ao mesmo tempo em que não se pode endossar as atrocidades cometidas pelos órgãos de repressão. Somente os que sentiram na pele o que foi a ditadura militar estão habilitados a comentar esse triste período da história verde-loura.

De igual modo, as criminosas atitudes que marcaram a primeira década do período militar não podem ser usadas como combustível para o revanchismo, assim como em hipótese alguma devem servir como justificativa para a instalação de uma ditadura de esquerda, como teta o Partido dos Trabalhadores desde a chegada de Lula ao Palácio do Planalto.

Ao contrário do que ocorreu desde o golpe de 64 até a redemocratização do País, a truculência dos atuais donos do poder não surge de forma escancarada, mas acontece com a mesma intensidade e constância. Se a tortura não se dá por meio de castigos físicos, essa se materializa pela pressão psicológica dos muitos críticos do governo, que têm sido alvo de ações criminosas: de ameaça de morte à tentativa de suborno, de assassinato de reputações a ataques promovidos por terroristas cibernéticos.

Dilma pode enganar parte da população brasileira com seu discurso visguento e mentiroso sobre democracia, mas não convence quem enfrenta as agruras que marcam os bastidores do poder. No momento em que finge desconhecer o que enfrentam os adversários do governo, Dilma compromete sobremaneira a sua condição de vítima da ditadura militar, pois mesmo sem se valer dos abomináveis “paus de arara” acaba agindo com truculência semelhante à que reinava na caserna.

Para finalizar, não custa lembrar que em qualquer parte do planeta ditadura é e sempre será ditadura, não importando se de direita ou de esquerda.