Terra em transe – A presidente do Chile, Michelle Bachelet, declarou nesta quarta-feira (2) zona de catástrofe em três regiões do norte do país, após o terremoto de magnitude 8,2 na escala Richter que deixou pelo menos seis mortos e chegou a gerar alerta de tsunami.
Lançado apenas cinco horas após o tremor, o alerta valeu para duas regiões: Arica y Parinacota e Tarapacá. Trata-se de uma tentativa de Bachelet para evitar o ocorrido no terremoto de fevereiro de 2010, em seu primeiro mandato, quando ela demorou dois dias para decretar o alerta e foi duramente criticada pela oposição. À época, a catástrofe deixou mais de 700 mortos e foi seguida de uma onda de saques nas cidades mais atingidas pelo tremor.
“Tomamos as medidas necessárias para proteger as vidas e os bens das pessoas. O governo continuará trabalhando para lidar com essa situação de emergência e proteger os cidadãos”, garantiu Bachelet, que nesta quarta-feira visitou algumas áreas atingidas pelo terremoto.
No Chile, o estado de catástrofe pode ser decretado pelo presidente em situações de calamidade pública. Ele inclui a possibilidade de limitar certas garantias constitucionais, como o direito de reunião e de livre trânsito.
Após o alerta de tsunami, aproximadamente um milhão de moradores das áreas atingidas foram levados para zonas mais altas das cidades, iniciativa elogiada por Bachelet e pelo ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo.
O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico informou que, após o terremoto, ondas gigantes se formaram no mar. Segundo a Marinha chilena, a primeira atingiu a costa 45 minutos após o terremoto, porém sem causar danos. O alerta de tsunami vigorou por toda a madrugada, sendo suspenso pela manhã.
O terremoto que ocorreu às 20h46 (horário local) teve seu epicentro no mar, a sudoeste da cidade de Iquique e a uma profundidade de dez quilômetros da superfície, distância considerada pequena para esse tipo de manifestação da natureza. O tremor foi seguido durante a madrugada por mais de 20 réplicas, algumas de magnitude 4,9 na escala Richter. (Com agências internacionais)