Greve de pilotos da Lufthansa deve afetar mais de 400 mil passageiros na Alemanha

lufthansa_02Braços cruzados – Antes mesmo de ser iniciada, a greve de três dias dos pilotos da Lufthansa, marcada para esta quarta-feira (2), já produziu transtornos. A empresa anunciou na terça-feira (1) que 65 voos, aproximadamente, foram suspensos como forma de evitar que passageiros ficassem retidos nos aeroportos e sem acesso às conexões marcadas para o dia do início da paralisação.

Estima-se que 3,8 mil voos deverão ser cancelados, afetando mais de 425 mil passageiros da Lufthansa e de sua subsidiária, a Germanwings. Apenas 500 voos, em sua maioria de curta duração, deverão ser mantidos. As operações devem ser normalizadas logo após o término das paralisações. Ainda assim, cerca de 40 voos marcados para o próximo sábado (5) também foram cancelados.

A Fraport, empresa que administra o aeroporto de Frankfurt, criticou as consequências da disputa entre a empresa e seus funcionários, às vésperas do feriado de Páscoa. A administradora qualificou como “abusiva” a paralisação dos pilotos, alertando para um “risco desnecessário e duradouro” à aviação comercial alemã.

Os 5,4 mil pilotos da empresa aérea lutam contra os cortes no chamado período de transição, espécie de aposentadoria antecipada. Até então, os profissionais poderiam se aposentar aos 55 anos de idade, sendo que a empresa pagaria, até a aposentadoria definitiva, 60% dos rendimentos.

A proposta da empresa de elevar a idade do encerramento das atividades profissionais para 60 anos foi rejeitada pelo sindicato dos aeronautas. O porta-voz Jörg Handwerg justificou a duração de três dias da greve ao declarar que “um dia não seria suficiente”.

“Lamento profundamente que o sindicato dos aeronautas não esteja preparado para chegar a um acordo nas negociações e para encontrar uma solução antes que uma disputa trabalhista se abrisse”, afirmou Bettina Volkens, chefe de recursos humanos da Lufthansa.

Os bilhetes dos passageiros da Lufthansa e da Germanwings afetados pela greve poderão ser cancelados sem qualquer custo ou ainda trocados por passagens da estatal ferroviária Deutsche Bahn, que já comunicou que, se necessário, disponibilizará trens adicionais nas rotas mais movimentadas. (Com agências internacionais)