Pasadenagate: guerra de versões desconexas e absurdas só agrava a responsabilidade de Dilma

refinaria_pasadena_02Chumbo trocado – A enxurrada de versões díspares que separa a presidente Dilma Rousseff e o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, sobre os documentos que embasaram a estabanada compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, só agrava a responsabilidade da petista pelo prejuízo bilionário imposto a estatal brasileira. A avaliação foi feita nesta sexta-feira (4) pelo líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), para quem um negócio estratégico e de tamanha envergadura não poderia ter sido fechado a “toque de caixa” e sem que todos os conselheiros da Petrobras tivessem analisado minuciosamente a íntegra do contrato de compra da empresa texana.

“Com essa guerra de versões, a presidente Dilma revela ao país três coisas: Primeiro, que como presidente do conselho da maior empresa brasileira se contentava com resumos de última hora, não lia contratos, e até desconhecia as cláusulas padrões desse tipo de negócio. Em segundo lugar, mostra que, na ótica do PT, quem causa um prejuízo de quase três bilhões de reais para uma estatal merece promoção, já que Cerveró, se é que foi ele mesmo que causou a confusão, acabou sendo nomeado diretor da BR distribuidora. E, por último, desnuda ao país que não temos uma gestora, mas uma presidente que não sabe o que está acontecendo ao seu redor. E pior: Se sabe, e tem plena consciência de que não pode revelar a verdade, finge que não sabe e arruma logo um bode expiatório para escapar de suas responsabilidades”, critica Rubens Bueno.

Para o líder do PPS, a versão divulgada pelo Palácio do Planalto de que os documentos que basearam a compra da refinaria de Pasadena só ficaram prontos na véspera da reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que era então presidido por Dilma, torna a transação ainda mais suspeita. “Uma gestora responsável jamais iria votar pela aprovação de um negócio cujos pareceres técnicos sobre a viabilidade e lucratividade tenham sido feitos de última hora, a ‘toque de caixa’. O correto, num caso desses, seria adiar a decisão para que houvesse tempo para uma análise minuciosa”, destacou o deputado, lembrando ainda que até as consultorias externas contratadas pela Petrobras alertaram para o tempo exíguo que tiveram para fazer a análise de riscos.

CPI: necessária e urgente

Na avaliação de Rubens Bueno, toda a articulação do Palácio Planalto para impedir ou mesmo controlar a CPI da Petrobras só causará mais desgastes para a presidente Dilma. Esse movimento inaceitável reforça o pavor que toma conta dos palacianos com a possibilidade da caixa preta da Petrobras ser aberta.

“A sociedade cobra respostas claras sobre o que está acontecendo dentro da Petrobras. E a CPI é o instrumento ideal para a promoção de acareações, depoimentos e busca de dados sobre todos os negócios suspeitos envolvendo a estatal. Não tenho dúvida de que a instalação da comissão é urgente”, finalizou o líder do PPS.