Dilma admite que é candidata à reeleição e diz que seguirá adiante mesmo sem o apoio da base aliada

dilma_rousseff_397Agora vale – Demorou, mas acabou acontecendo. A petista Dilma Rousseff admitiu oficialmente, pela primeira vez, que será candidata à reeleição. O que muitos sabiam, ainda precisava de confirmação, algo que só encontrou espaço na agenda política porque vem crescendo, inclusive dentro do governo, o coro “Volta, Lula”.

Em entrevista a algumas emissoras de rádio da Bahia, Dilma disse que mesmo sem o apoio da base aliada seguirá adiante em seu projeto político-eleitoral. Perguntada sobre o cenário atual, a presidente disse que em ano eleitoral é possível que ocorram “todas as hipóteses que se pode conceber”. Ou seja, Dilma já sentiu o golpe.

“Se não tiver o apoio da base (quando eu for candidata), toco em frente”, afirmou a presidente ao ser questionada sobre a manifestação da bancada do PR na Câmara dos Deputados, que defende o retorno do lobista Luiz Inácio da Silva.

“Ninguém vai me separar do Lula nem ele vai se separar de mim”, completou Dilma, que nos bastidores trava uma intensa guerra contra o antecessor, situação antecipada pelo ucho.info há meses.

A grande ameaça à participação de Dilma na corrida presidencial é a grave e múltipla crise que chacoalha o País. Não se trata de uma crise apenas na área econômica, que diariamente chega ao bolso dos cidadãos, mas que engloba questões institucionais. Ancorando um governo marcado pela incompetência e pela paralisia, Dilma apostou na tese do rolo compressor para avançar em seu projeto político, como se os Poderes da República pudessem ser desrespeitados.

Essa estratégia, obtusa e totalitarista, tem prazo de validade curto e no momento do fracasso produz estragos consideráveis. Basta ver a forma como reagiu a chamada base aliada na Câmara dos Deputados, que da noite para o dia passou a liderar um bloco de dissidência e resistência. Em suma, uma intifada prevista, mas que os palacianos não contavam com a possibilidade de isso ocorrer. O mesmo vem acontecendo no âmbito do Judiciário, que dentro dos seus limites e na esteira do cumprimento da lei vem patrocinando derrotas amargas ao Executivo federal.

A crise verde-loura está apenas no começo e muita lama ainda há de passar por debaixo da ponte. Para manter o seu projeto totalitarista de poder, o PT terá de adotar medidas que certamente resultarão em rebeliões internas com consequências imprevisíveis. Basta ver o calvário em que foi arremessado o ex-petista André Vargas, que por liderar o movimento “Volta Lula” experimentou o calor do fogo do Palácio do Planalto.