Golpe baixo – Parlamentares dos partidos de oposição ao desgoverno de Dilma Vana Rousseff protestaram, na noite de quarta-feira (7), contra o ziguezaguear do presidente do Congresso nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para adiar ao máximo a instalação da CPMI da Petrobras, transformada ao longo da última década em Caixa de Pandora do Partido dos Trabalhadores.
O líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), e o líder da Minoria no Congresso Nacional, Ronaldo Caiado (Democratas-GO), repudiaram a manobra articulada por Renan Calheiros, que mais uma vez optou por adiar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras.
Mendonça Filho acusou o presidente do Congresso de estar sob pressão do Palácio do Planalto. “Vamos preservar a independência do Poder Legislativo. Vamos cumprir a Constituição. O senador Renan Calheiros não é presidente do Congresso da Dilma Rousseff, é presidente de todos os parlamentares”, criticou o democrata.
Renan estipulou prazo de cinco sessões para a indicação de membros, o que pode postergar a instalação da comissão para junho. A oposição lamentou a manobra e agora quer convocar todos os segmentos da sociedade que defendem a investigação na estatal para pressionar os líderes partidários que ainda não indicaram nomes para a CPMI.
“Não vamos entrar nesse jogo. Esse é o jogo que o governo quer. Nós não dependemos mais da decisão do senador Renan Calheiros. Nosso jogo é saber dos líderes partidários para sair desse processo de chicana e de procrastinação. Vamos convocar nas redes sociais todos os líderes que ainda não apresentaram os nomes para a lista e ver se eles vão ficar contra o clamor popular”, anunciou Caiado.
A intenção é fazer com que a pressão para que a maior empresa brasileira seja investigada por uma série de irregularidades convença os líderes partidários. ”Vamos usar as redes para saber em qual momento o PT e o PSD irão indicar seus membros”, declarou o goiano.
Chiadeira também no PPS
Rubens Bueno (PR), deputado federal e líder do PPS na Câmara, engrossou o coro contra Renan, afirmando que o presidente do Congresso Nacional não cumpriu o prazo regimental ao não receber os nomes dos integrantes que comporão a CPI Mista da Petrobras. Bueno destacou que Calheiros deveria ter aberto o prazo de cinco sessões para as indicações das lideranças no dia 15 de abril, quando fez a leitura do pedido de instalação da Comissão solicitada pelo PPS. Bueno também suspeita de manobras regimentais para postergar o início das investigações.
“Ultrapassamos a quantidade de assinaturas necessárias para a abertura da CPMI. O presidente do Congresso leu, no dia 15 de abril, o pedido formulado por nós para a abertura da Comissão. E agora nos diz que não indicamos. Nós indicamos sim os nomes, mas a secretaria geral do Congresso não os recebeu. Além disso, ele ainda não acatou a decisão do STF, do dia 24 de abril, que era a imediata instalação da CPI. Algo que até o momento não ocorreu”, disse.
Rubens Bueno lembrou que a oficialização das indicações, realizadas na quarta-feira (7) pelo presidente Renan Calheiros, sugere que o PT e a base esperam ganhar mais tempo. “Da leitura até o momento já se passaram praticamente 30 dias e até agora nada. Com a oficialização das indicações, feitas hoje, teremos ai mais 15 a 30 dias para que essa questão esteja resolvida. Prazo que deve se encerrar no início da Copa do Mundo. Fora as eleições que chegam em seguida. Parece que pretendem abafar, de todas as formas, a investigação dos mal feitos na Petrobras. Isso tudo é muito suspeito”, ressaltou.