Pé no acelerador – O crescimento econômico na Alemanha surpreendeu no primeiro trimestre de 2014. O Produto Interno Bruto (PIB) do país europeu avançou 0,8% entre janeiro e março, na comparação com o trimestre anterior, divulgou o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) nesta quinta-feira (15).
Este é o maior crescimento em três anos e o dobro do crescimento de 0,4% registrado no quarto trimestre de 2013. O valor supera ainda as estimativas de economistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam uma alta de 0,7%.
Entre as justificativas para o crescimento está o último inverno, com pouca neve e temperaturas não tão rigorosas. “O clima contribuiu para o forte crescimento no início deste ano”, afirma o Destatis. O inverno teve efeito positivo principalmente sobre a construção civil, que foi poupada das habituais interrupções.
Também houve incremento da demanda interna, com um aumento no consumo das famílias. O aumento dos salários e o baixo desemprego voltaram a estimular os consumidores, e as baixas taxas de juros tornaram a poupança menos atraente. O governo e o setor privado também investiram mais no período.
Ao mesmo tempo, o comércio exterior teve um efeito negativo sobre o crescimento econômico, com menos exportações e mais importações do que no último trimestre de 2013.
Também na comparação com o mesmo período do ano anterior, o crescimento econômico ganhou um impulso significativo. Na comparação anual, o PIB cresceu 2,5% no primeiro trimestre de 2014 – o maior aumento dos últimos dois anos.
Mas a previsão de especialistas é que o ritmo de crescimento diminua. Para 2014, o governo alemão espera um crescimento de 1,8%. A estimativa para 2015 é de aumento de 2% no PIB do país.
Também para o próximo trimestre as previsões não são animadoras. “Para o segundo trimestre, contamos com um crescimento de 0,3%”, diz Jörg Krämer, economista-chefe do Commerzbank, que considera o crescimento do primeiro trimestre “muito forte”. Em março, porém, o ritmo de produção e as exportações já diminuíram. Somado a isso, a crise na Ucrânia e a atual conjuntura na China podem ter um efeito negativo sobre a economia alemã. (Com agências internacionais)