Força extra – O rei Bhumibol Adulyadej declarou nesta segunda-feira (26) seu apoio à junta militar responsável, na última semana, pelo 12º golpe de Estado desde o estabelecimento da democracia na Tailândia, em 1932.
O anúncio foi feito pelo general do Exército Prayuth Chan-ocha, que esteve à frente do golpe. Ele disse que o chamado Conselho Nacional para a Paz e a Ordem – como os militares nomearam a junta – ficará no poder “indefinidamente”, até que uma “democracia genuína” esteja estabelecida.
“Não estou aqui para lutar, e sim para consertar a crise. Mas farei o que for necessário”, disse o general, que ameaçou usar a força se preciso. “Vamos voltar para onde estávamos? Se quiserem fazer isso, vou ter que usar a força e impor a lei rigorosamente.”
Desde o golpe do último dia 22 de maio, o rei não é visto em público. Protegido pela lei e pela tradição, o monarca vinha se mantendo à margem da crise. Na Tailândia, insultar o rei ou qualquer membro da família real é crime punível com até 15 anos de prisão. Nesta segunda-feira, a junta golpista reiterou que qualquer delito de lesa-majestade será julgado por cortes militares.
A junta militar decidiu intervir após quase sete meses de protestos, nos quais morreram 28 pessoas e cerca de 800 outras ficaram feridas, e ante o risco de violência entre opositores e partidários do governo deposto.
A crise tailandesa teve início com o golpe de 2006, contra o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Hoje, ele vive no exílio nos Emirados Árabes para evitar uma condenação de dois anos de prisão por corrupção.
Thaksin, irmão de Yingluck Shinawatra – ex-primeira-ministra, destituída no começo de maio – e seus aliados ganharam todas as eleições no país desde 2001. Mas, com exceção de uma ocasião, todos os mandatos foram interrompidos por ordens da Justiça ou golpes militares.
Nesta segunda-feira, o general Prayuth Chan-ocha não deu um prazo sobre quanto tempo o Exército ficará no poder, mas disse que espera a realização de eleições “em breve”. Seu pronunciamento pode agravar a tensão num país polarizado por quase uma década de rivalidade entre os monarquistas, grupo do qual o general Prayuth é membro, e os apoiadores do magnata Thaksin. (Com agências internacionais)