Dia D: líderes políticos participam de celebrações na Normandia

dia_d_01Voltando no tempo – Com uma série de eventos em diversas localidades, começaram na Normandia nesta sexta-feira (6) as comemorações dos 70 anos do desembarque aliado nessa região no norte da França. Pela manhã, o presidente francês, François Hollande, depositou uma coroa de flores no memorial da cidade de Caen.

O evento inaugural, realizado sob céu azul, foi destinado a homenagear as vítimas civis francesas. Em seguida, o líder francês participou, juntamente com o presidente dos EUA, Barack Obama, de uma cerimônia no cemitério americano de Coleville-sur-Mer.

Só no dia 6 de junho de 1944, cerca de 3 mil civis franceses foram mortos. Em torno de 20 mil civis perderam suas vidas durante as batalhas na costa norte francesa. “Estas belas paisagens que conhecemos hoje intactas foram, no entanto, palco da luta feroz e caótica da batalha da Normandia”, disse Hollande. “Aqui, 2 milhões de soldados entraram em confronto em meio a 1 milhão de civis, que foram aterrorizados por semanas.”

Após o evento oficial de abertura, foi agendado um grande almoço em Ouistreham, atendido por cerca de 20 chefes de Estado e governo, incluindo Obama, o presidente russo, Vladimir Putin, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e a rainha Elizabeth 2ª e o príncipe Charles.

A rainha e o príncipe Charles, ao lado do premiê David Cameron, estiveram também no cemitério de Bayeux, onde participaram de uma cerimônia em homenagem aos militares britânicos mortos na Segunda Guerra.

Putin é foco das atenções

A tensão entre o Ocidente e a Rússia devido à crise da Ucrânia faz com que a participação de Putin nos eventos comemorativos seja acompanhada por uma atenção especial. Até mesmo o recém-eleito presidente ucraniano, Petro Poroshenko, é esperado na Normandia.

Antes do almoço, Merkel tem encontro agendado com Putin em Deauville, a 40 quilômetros do local das festividades. Segundo a líder alemã, o objetivo geral da conversa é discutir com Putin as propostas do G7 para solucionar a crise ucraniana.

O G7 fez quatro exigências à Rússia: reconhecer o resultado da eleição ucraniana que elegeu o bilionário Petro Poroshenko como presidente; cortar o apoio a separatistas no leste do país; retirar as tropas estacionadas na fronteira com a Ucrânia; e garantir o fornecimento de gás ao vizinho. O grupo disse estar pronto para intensificar as sanções e aumentar as restrições, se a situação exigir.

Na noite anterior, Putin se reuniu com Hollande e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, em Paris. Não é prevista uma reunião com Obama, mas o presidente americano não descartou um encontro. “Se tivermos oportunidade de conversar, transmitirei a mesma mensagem que tenho transmitido através dessa crise”, garantiu. “Veremos o que Putin fará nas próximas duas, três, quatro semanas”, disse, acrescentando que, se o presidente russo permanecer no seu curso, poderá haver novas sanções.

Encontro sem aperto de mãos

No primeiro encontro com um líder ocidental desde a anexação da Crimeia, o premiê Cameron transmitiu ao chefe do Kremlin, segundo uma porta-voz, “algumas mensagens muito claras e firmes”.

Cameron afirmou que não deixou dúvidas a Putin quanto às exigências do Ocidente sobre a Ucrânia. “A Rússia precisa reconhecer apropriadamente e cooperar com este novo presidente (ucraniano)”, afirmou o britânico. “Precisamos parar a travessia de fronteira de armas e pessoas”, acrescentou Cameron, de acordo com sua porta-voz.

Os dois líderes se reuniram durante cerca de uma hora num salão privado do aeroporto de Paris Charles de Gaulle. Não houve sequer aperto de mãos no início da reunião, segundo fontes russas.

Já Hollande apertou a mão de Putin ao recebê-lo à noite no Palácio do Eliseu, em Paris, para um jantar que durou cerca de noventa minutos. (Com agências internacionais)

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