Demissões levam grevistas do Metrô a acenar com o fim da paralisação de encomenda

altino_prazeres_02Marcha à ré – Quando o ucho.info afirmou que a greve dos metroviários de São Paulo era política, alguns alvoroçados nos dedicaram críticas, mas nada como o tempo para provar a verdade dos fatos. Ao longo dos cinco dias de paralisação, os metroviários começaram a evidenciar o caráter do movimento, até que a confirmação surgiu com a declaração de dirigentes do sindicato da categoria de que a presidente Dilma Rousseff poderia ser a mediadora do conflito que se formou entre os grevistas e o governo paulista.

Os primeiros sinais da politização da greve surgiram com o desconexo pleito de reajuste salarial, que começou com 36% de aumento e foi despencando até atingir 12,2%, índice que a Companhia do Metropolitano (Metrô) não concordou e, como contrapartida, ofereceu 8,7%, além da majoração dos valores de alguns benefícios. Na sequência surgiu a possibilidade de a greve ser estendida até o início da Copa e engrossada com a participação de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento Passe Livre (MPL).

No domingo (8), a Justiça do Trabalho decretou a ilegalidade da greve e considerou o movimento abusivo, não sem antes fixar multa de R$ 500 mil por cada dia de paralisação. Após encontro no Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo, o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, disse que era preciso enfrentar o governo de Geraldo Alckmin, pois com a proximidade da Copa do Mundo o Palácio dos Bandeirantes cederia à pressão.

Nesta segunda-feira (9), após o confronto da polícia com os grevistas, o movimento ganhou o apoio do MTST e os manifestantes bloquearam algumas ruas do centro da cidade de São Paulo para protestar diante da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos. O líder dos metroviários, Altino Prazeres, tentou conversar com o secretário Jurandir Fernandes, mas sua incursão fracassou. O diálogo é o melhor caminho para solucionar conflitos, mas Fernandes agiu de forma correta ao recusar o encontro, pois não se pode abrir espaço para baderneiros de aluguel financiados por adversários, nesse caso o desgoverno petista.

Os grevistas começaram a recuar depois da demissão de 61 funcionários do Metrô, que no meio da tarde já tinha recebido o comunicado oficial de dispensa emitido pela empresa. A decisão do governo paulista de demitir alguns grevistas é legal e tem como base a decisão do TRT-SP, que considerou o movimento ilegal e abusivo, como já mencionado. Ao longo do dia muitas estações do Metrô foram reabertas, sinal de que os grevistas começavam a jogar a toalha.

Uma nova audiência de conciliação acontece neste momento, mas os grevistas só aceitam encerrar a paralisação se o governo anular as demissões, o que já foi descartado pelo governador Geraldo Alckmin. No caso de Alckmin recuar e aceitar a chantagem dos grevistas, sua campanha à reeleição sofrerá um duro golpe, uma vez que a população, que logo percebeu o viés político da greve, quer firmeza por parte dos governantes em relação à aplicação das leis.

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