Óleo de peroba – Por certo os especialistas têm explicações para a mais recente pesquisa Ibope sobre a corrida presidencial, mas os dados divulgados nesta quinta-feira (19) não convencem até mesmo os mais desavisados. Acreditar que Dilma Vana Rousseff tem 39% de intenções de voto é no mínimo passar recibo de tolice. Encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a pesquisa Ibope ouviu 2.002 eleitores em 142 municípios, enquanto o Brasil tem 5.570 cidades e 141,8 milhões de eleitores. Ou seja, essa amostragem simplesmente não convence.
O senador mineiro Aécio Neves, candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, aparece em segundo lugar com 21% de intenções de voto, enquanto Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco e candidato do PSB, ocupa a terceira posição com 10%. Na pesquisa o Ibope apresentou onze nomes de possíveis presidenciáveis. Candidato do PSC, Pastor Everaldo foi escolhido por 3% dos entrevistados, o senador Magno Malta (PR-ES) ficou com 2% das intenções de voto e José Maria (PSTU) com 1%. Os demais candidatos somaram 3%. Entre os entrevistados, 8% não sabem ou não responderam, enquanto que 13 % disseram que votariam em branco ou nulo.
Considerando a suposta confiabilidade da pesquisa, de acordo com os dados divulgados pelo Ibope a corrida presidencial seria decidida em segundo turno se a eleição fosse hoje. No segundo round, de acordo com o instituto, Dilma venceria em qualquer dos cenários. O mais estranho nessa pesquisa é que mais uma vez o nome de Denise Abreu não foi incluído entre os possíveis candidatos, o que reforça a suspeita acerca do levantamento.
Ao gosto do cliente
O cheiro de missa encomendada é tão forte, que o instituto sequer se preocupou em relacionar os resultados da pesquisa eleitoral com os referentes à avaliação do desgoverno petista de Dilma Vana Rousseff. Como antecipou o ucho.info, há algumas semanas, Dilma chegaria em junho com 32% de avaliação positiva de seu governo, patamar que ameaça colocar uma pá de cal no projeto de reeleição da petista. De acordo com o Ibope, 31% dos entrevistados aprovam a administração da sucessora de Lula.
Nove entre dez brasileiros sabem que o dono do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, tem boas relações com o Partido dos Trabalhadores, em especial com José Dirceu, ao mesmo tempo em que não deseja matar a sua galinha dos ovos de ouro, o Palácio do Planalto. Por isso não se incomoda em divulgar dados desconexos de uma pesquisa marcada pelas suspeitas. Ora, se Dilma oscilou dentro da margem de erro, de 38% para 39%, não há como explicar a queda na aprovação do seu desgoverno. E vice-versa.
A situação piora sobremaneira quando analisado o contingente de entrevistados que classificam o governo de Dilma Rousseff como “regular” e “ruim/péssimo”. Somados, esses dois universos chegam à marca de 67%. Isso significa que os números da pesquisa Ibope não se encaixam, mesmo com um enorme esforço do raciocínio de quem analisa os dados. Vale lembrar o fato de que o desespero do PT diante da possibilidade de derrota nas urnas é grande e cresce a cada dia, o que explica a disposição do partido de partir para o chamado “tudo ou nada” para evitar que as lambanças protagonizadas ao longo de mais de onze anos sejam descobertas por adversários políticos.
O PT vem apostando na estratégia burra de desmentir os fatos a qualquer custo e vender à parcela incauta da opinião pública uma versão que nem de longe reflete a realidade. Direito de tentar todos têm, mas é preciso destacar que, mesmo deselegante, os xingamentos direcionados à presidente Dilma, no Itaquerão, não foram vociferados por pessoas que estão felizes com a situação do País e aprovam o governo petista. A desfaçatez petista é tamanha, que no Brasil comemora-se o Dia da Mentira todos os dias.
