Pegando o boné – Após a derrota por um gol a zero para o Uruguai, o que custou sua eliminação da Copa do Mundo, a seleção da Itália sentiu o baque, mas o treinador Cesare Prandelli, em entrevista, assumiu a responsabilidade pelo fiasco da Azzurra no mundial. Em seguida, alegando estar sofrendo pressões nos bastidores, Prandelli renunciou ao cargo, apesar de seu contrato terminar apenas depois da Eurocopa de 2016. Ao falar com os jornalistas, Cesare Prandelli e usou a expulsão de um jogador italiano para justificar a derrota para a “Celeste Olímpica”.
“A impressão é de que estávamos competindo e predominando, mas a expulsão mudou totalmente o rumo da partida. No final do jogo conversei com Albertini e Valentini, e visto que o projeto técnico é de minha responsabilidade, apresentei a minha demissão. Antes de renovar o contrato existia a vontade de continuar nesse processo. Depois da renovação, passamos a lidar com agressões verbais, como em um partido político. Nos sentimos como pessoas que devem aos contribuintes. Eu nunca roubei nada e nunca devi nada a ninguém. Se eu cometi um erro, assumo. Mas que jamais digam que eu roubei dos contribuintes”, afirmou Prandelli.
Aproveitando o pedido de demissão do treinado, o presidente da Federação Italiana de Futebol, Giancarlo Abete, comunicou que também deixará o cargo assim que retornar à Itália. Mesmo assim, Abete torce para que Prandelli reconsidere o seu pedido de demissão, acreditando que tudo foi feito para que a seleção italiana tivesse um bom desempenho na Copa.
“Prandelli apresentou seu pedido de demissão. Vou convocar uma reunião logo que voltar à Itália, mas espero que ele retire esse pedido, porque, na minha opinião, embora esse resultado tenha acontecido, todo o possível foi feito para que fôssemos melhor do que fomos. Tivemos ótimos resultados nas eliminatórias e na Euro. Já disse a Prandelli que, de qualquer forma, vou apresentar a minha demissão em caráter irrevogável ao Conselho Federal, porque fizemos o máximo que pudemos. Demetrio Albertini, como chefe da delegação, fez o seu melhor”, disse o presidente federação.
“Estou no meu sétimo Mundial, e já havia tomado essa decisão antes do início da Copa. Faço esse pedido de demissão com serenidade e refleti muito para isso. Quero continuar em outras funções, como na UEFA, mas quero liberar a Federação de ser alvo de críticas pela minha presença. O Conselho Federal certamente recusará a demissão de Prandelli, e espero que ele reconsidere o seu pedido. Mas a minha é totalmente irrevogável. Em agosto, voltaremos com um novo presidente, que terá todo o meu apoio. Tenho um gosto amargo como torcedor, mas como dirigente sei que fizemos o melhor possível”, completou Abete.
Ao explicar para os jornalistas os motivos que levaram a Itália a um desempenho tão fraco na Copa, Cesare Prandelli falou sobre as categorias de base e criticou a torcida “Nossa base perdeu a forma de jogar futebol. Temos muitos estrangeiros em nosso campeonato. Quando temos um jogo oficial na quarta-feira, o campeonato tem vários adiamentos. Não temos muito apoio dos próprios torcedores. Recebíamos insultos, vaias, xingamentos e apitos, e depois exigem que sejamos o time que vai representar o país. Xingam o nosso próprio Hino Nacional. É importante dar atenção às categorias de base”, declarou o treinador demissionário.