Manifestação por cotas raciais interrompe o trânsito na Av. Paulista, rota de hospitais

avenida_paulista_01Baderna repetida – O direito à manifestação está garantido na Constituição Federal de 1988, assim como garantido está o inviolável direito de ir e vir. E um direito não pode sobrepor-se a outro, sobre pena de a Carta Magna ser ultrajada em sua mais casta essência. Acontece que no Brasil o direito de um cidadão não termina quando começa o do outro. Principalmente se em uma das pontas estiver algum baderneiro irresponsável, que crê ser possível interromper o trânsito na quarta maior cidade do planeta, São Paulo.

No começo da noite desta terça-feira (24), por volta das 18 horas, pouco mais de cem manifestantes pararam o trânsito da Avenida Paulista, uma das mais importantes vias da cidade de São Paulo, para promover uma manifestação a favor das cotas raciais. Os organizadores do protesto são estudantes da USP, ou seja, deveriam ter noções básicas do que significa o direito alheio de ir e vir.

Como fazer baderna tornou-se moda nas grandes cidades brasileiras, até porque só assim é que delinquentes conseguem os quinze minutos de fama a que têm direito, atentar contra a democracia e violar os direitos de terceiros é uma atitude rotulada como normal e que não tem merecido a atenção das autoridades.

No momento em que um grupo de pessoas supostamente instruídas defende a fórceps a fixação de cotas raciais, oficializa-se a incompetência do Estado diante da obrigação de manter a democracia em níveis rasos e o desrespeito vil à Constituição, que em seu capítulo 5º estabelece: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Ora, se a Constituição estabelece essas garantias individuais, não há razão para inviabilizar o trânsito nas grandes cidades. Basta que o Estado, como um todo, cumpra o que determina a Carta Magna.

Ademais, interromper o trânsito na Avenida Paulista é um crime premeditado, pois trata-se de um corredor de acesso aos dez mais importantes hospitais da cidade de São Paulo (Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa, Santa Catarina, Emílio Ribas, Hospital do Coração, 9 de Julho, Sírio-Libanês, Instituto do Coração, Hospital das Clínicas e Instituto do Câncer de São Paulo). Somente quando uma morrer por não ter conseguido chegar a tempo em um desses hospitais é que as autoridades tomarão alguma providência. Até lá, os paulistanos terão de aceitar essa atitude bandoleira e egoísta de quem se manifesta.

Se o presente já é caótico, não é difícil imaginar como será o futuro do Brasil, que dentro de alguns anos estará nas mãos desses mesmos baderneiros que ignoram os direitos do próximo e interrompem uma via de acesso a hospitais. Enfim…

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