Concessão sem licitação de áreas do pré-sal à Petrobras é “manobra contábil”, afirma deputado

petrobras_15Calculadora do truque – O Palácio do Planalto parece não se importar com os fantasmas que rondam a Petrobras, mais importante empresa brasileira e patrimônio da população. Por conta desse desinteresse, o governo petista de Dilma Rousseff reuniu o Conselho Nacional de Política Energética e decidiu conceder à Petrobras, sem licitação, a exploração de quatro campos de petróleo na área do pré-sal ao custo de um repasse de R$ 2 bilhões, a título de bônus, aos cofres da União.

Por questões óbvias, a presidente da petroleira, Maria das Graças Foster, defendeu o negócio ao apresentar números supostamente favoráveis, mas não se pode esquecer que desde o malfadado anuncia a Petrobras perdeu no mercado de ações nada menos do que R$ 13 bilhões. Isso porque os papeis da empresa despencaram diante da cautela dos investidores.

Vice-líder do PPS na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim (SP) criticou, na quarta-feira (25), a decisão do Conselho, classificada como manobra contábil. “A decisão do Conselho é comprometedora pelo fato de se prestar a uma manobra contábil imediata que sangra os cofres da Petrobras em R$ 2 bi ainda este ano. É ainda motivada pela preocupação do governo em manter aparentemente sob controle as suas contas”, afirmou Jardim, que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Infraestrutura.

Para o parlamentar, a decisão “alivia o caixa do governo” e põe em risco os investimentos da Petrobras. “Apesar do imenso potencial econômico, a empresa vive um momento delicado por problemas graves de gestão, como a compra da refinaria em Pasadena [nos EUA] e outros tantos malfeitos, que só reduziram a sua capacidade de investimentos”, disse, ao considerar que a medida tende a dificultar a contração de novos empréstimos pela petroleira.

Jardim disse ainda que a exploração das reservas concedidas a Petrobras – estimadas em até 14 bilhões de barris – poderá render um ganho adicional de R$ 15 bilhões ao governo sem qualquer tipo de sinalização de uma política de preço para os combustíveis. “Não há nenhuma previsão neste sentido ou qualquer iniciativa voltada à necessária reestruturação para que a Petrobras esteja novamente focada na sua missão principal, a pesquisa, prospecção e extração de petróleo”, lamentou.

Arnaldo Jardim alertou para o fato de que a concessão de novas áreas do pré-sal à empresa representa “mais risco do que oportunidades”. “A decisão vai comprometer a saúde financeira da Petrobras e se soma a outras medidas erráticas adotadas pelo governo nas áreas de combustível e energia”, afirmou.

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