Pesquisa não dá a Dilma o direito de comemorar, pois a realidade é diferente e preocupante

(Jorge Araújo - Folhapress)
(Jorge Araújo – Folhapress)
Muito cuidado – A mais recente pesquisa sobre a corrida presidencial aparentemente deixou os palacianos em polvorosa, mas essa não é a realidade com que lidam os marqueteiros de Dilma Vana Rousseff, que há muito vem misturando os papeis de candidata e presidente da República. Tudo ao arrepio da lei e devidamente financiado pelo suado dinheiro do contribuinte.

Divulgada na noite de quarta-feira (2) pelo jornal “Folha de S. Paulo”, a pesquisa Datafolha apontou a candidata petista na liderança das intenções de voto com 38%, contra 34% registrados na pesquisa realizada entre os dias 3 e 5 de junho. O tucano Aécio Neves tem 20% de intenções de voto, contra 19% do levantamento anterior, enquanto Eduardo Campos, presidenciável do PSB, subiu de 7% para 9%.

A explicação para a subida dos candidatos está no fato de que, em tese, diminuiu o contingente de eleitores que declaram voto nulo ou em branco, de 17% para 13%. Especialistas e jornalistas “chapa branca” garantem que a melhora de Dilma na pesquisa decorre da satisfaço dos brasileiros em relação à Copa do Mundo, algo que tem tudo para não ser verdade.

Enquanto o Palácio do Planalto joga para a plateia com suposta euforia por causa dos resultados do Datafolha, internamente o staff da campanha de Dilma trabalha com realidade distinta. Isso porque a pesquisa mostrou que a aprovação do governo petista de Dilma Rousseff oscilou dentro da chamada margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Entre os entrevistados pelo Datafolha, 35% avaliam como “ótimo e bom” o governo Dilma, contra 33% do levantamento anterior.

Em relação aos que consideram o governo Dilma “regular”, o índice permaneceu em 38%, enquanto os que consideram a administração petista “ruim ou péssima” somam 26%, contra 28% da pesquisa realizada no começo de junho. De novo ocorreu oscilação dentro da margem de erro.

A questão que atormenta os palacianos é o real índice de intenção de voto de Dilma Rousseff em sua caminhada para permanecer instalada no poder central. Como já explicou o ucho.info em matéria anterior, as chances de um candidato à reeleição deve ser medida a partir dos índices de aprovação de seu governo. Tomando como parâmetro de análise os números divulgados pelo Datafolha, a petista Dilma tem no máximo 30,2% de intenções de voto, bem diferente dos 38% anunciados.

Para chegar-se a esse número a fórmula usada pelos marqueteiros é muito fácil e simples. Basta somar 70% do contingente dos que avaliam o governo “ótimo ou bom” com 15% dos que avaliam como “regular”.

Mesmo não levando em conta esses números que traduzem a realidade da campanha de um candidato à reeleição, a corrida presidencial, se fosse hoje, seria decidida em segundo turno. Afinal, a soma dos percentuais de intenções de voto dos outros candidatos é igual ao de Dilma Rousseff. Sem contra os eleitores que não sabem ou declararam que votarão em branco ou nulo.

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