Requião faz piada homofóbica para atacar Gleisi Hoffmann e baixaria toma conta da campanha no Paraná

roberto_requiao_22Maria Louca – O slogan criado pela campanha de Gleisi Hoffmann (PT) para disputar o governo do Paraná – “Mudar é olhar para frente” – enfureceu o senador Roberto Requião, 73 anos, que disputa o governo pelo PMDB e já governou o estado por três vezes. Ciente de que é o alvo desse ataque, Requião retrucou com a costumeira virulência: “Síndrome de Sodoma e Gomorra? ‘Olhar para frente’, se olhar para trás vira estátua de sal?”

Roberto Requião mira no suposto grande número de gays que, segundo os peemedebistas, integraria a campanha do PT no Paraná. A chave da maldade da sacada do senador é a expressão “Sodoma”, cidade bíblica que, segundo o Velho Testamento, teria sido destruída por Deus como castigo por práticas que eram vistas como “perversões sexuais”. O senador é conhecido pelo humor pesado, politicamente incorreto e frequentemente homofóbico.

Em 2009, no programa televisivo Escola de Governo”, transmitido ao vivo pela TV Educativa do Paraná, Requião afirmou que o câncer de mama atinge os homens devido à participação deles em “passeatas gay”. Na campanha de 2010, para o Senado, costumava abordar possíveis eleitoras com uma indagação desconcertante: “É casada, trai o marido?”.

A obsessão do senador em relação a insultos com conotações sexuais reverberou em outro episódio chocante, ocorrido em 11 de novembro de 2005, quando ordenou, aos berros, que um grupo de pequenos agricultores que protestavam contra sua política agrícola e a proibição de plantar transgênicos no Paraná, enfiassem as faixas de protesto “no rabo”.

O caso da associação do câncer de mama ao homossexualismo masculino rendeu incômodo. Militantes do movimento LGBT protestaram contra o então governador na Assembleia Legislativa do Paraná. A indagação sobre se a mulher era casada e traía o marido foi considerada uma forma de assédio e provocou protestos de associações que defendem os direitos das mulheres.

A campanha do PT está mobilizando a comunidade LGBT para novos protestos contra Requião e estuda utilizar o episódio como uma evidência adicional de que o candidato do PMDB é um político preso ao passado e aos antigos preconceitos.

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