“Requianistas” dizem que apartamento de Gleisi foi construído por empreiteira ligada a doleiro

gleisi_hoffmann_62Milagre da multiplicação – A senadora Gleisi Hoffmann, que concorre ao governo do Paraná pelo PT, foi a candidata que apresentou a maior variação patrimonial nos últimos quatro anos. Um crescimento de patrimônio muito superior ao dos seus principais adversários. Em relação a 2010, o patrimônio da petista cresceu 118%, contra os 49,3% de Roberto Requião (PMDB) e 30,9% do tucano Beto Richa.

Na declaração de bens da candidata do PT causou estranheza a compra de um apartamento de mais de R$ 1 milhão, no Residencial Quartier, que ocupa um quarteirão no bairro Água Verde, em Curitiba. Aliados do senador Roberto Requião disseminam nas redes sociais uma curiosidade. O Quartier é um empreendimento da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) – braço da empreiteira Camargo Corrêa, o primeiro construído pela empresa em Curitiba.

A construtora Camargo Corrêa está sendo investigada pela Polícia Federal por envolvimento com a quadrilha chefiada pelo doleiro Alberto Youssef e por negócios milionários mantidos com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Youssef tem um elo com Gleisi, de acordo com blogueiros ligados a Requião.

O deputado André Vargas (ex-PT), que seria sócio de Alberto Youssef no laboratório-lavanderia Labogen, criado para lesar o Ministério da Saúde, é o coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná. Era também o poderoso vice-presidente da Câmara dos Deputados até cair em desgraça em abril, quando descobriu-se que ele viajou com a família para o Nordeste em jatinho fretado pelo doleiro. O Residencial Quartier, imóvel, de alto padrão, foi adquirido nos últimos quatro anos – período em que a senadora dobrou o patrimônio.

A empresa de Paulo Roberto Costa tinha contratos com a Camargo Corrêa e pagava comissão que chegava a quase R$ 8 milhões. A construtora venceu a licitação da Petrobras para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo de desvio de mais de R$ 2 bilhões. O esquema montado por André Vargas, coordenador de Gleisi, com Youssef no Labogen, desvendado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, teria sido usado para lavar US$ 37 milhões (R$ 85 milhões) e pretendia receber R$ 31 milhões para fabricar Viagra genérico.

As ligações de Gleisi com a Camargo Corrêa são antigas. Em 2008, a empreiteira foi à maior doadora da campanha da petista, quando a hoje senadora disputou a prefeitura de Curitiba. De acordo com o site Contas Abertas, “em 2008 a construtora doou apenas R$ 2 milhões para os candidatos nas eleições municipais. Um quarto desse valor foi destinado à candidata à prefeitura da capital paranaense, Curitiba, Gleisi Helena Hoffmann (PT)”.

Ao perceber que fora traído por Gleisi e pelo marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), André Vargas não pensou duas vezes antes de disparar contra o “casal 20” da esquerda tupiniquim. E usou a revista Veja destilar o veneno: “Vargas insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim, com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras.”

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