Crise do setor energético pode afundar a candidatura de Dilma e deve ser explorada pela oposição

energia_eletrica_18Armadilha pronta – Que o setor energético nacional em algum momento daria um nó todo brasileiro de bom senso sabia. Afinal, o Palácio do Planalto é uma catapulta de embustes, não uma usina de milagres. No afã de conquistar a simpatia de uma parcela da população que começou a se desgarrar a partir das manifestações de junho de 2013, Dilma Rousseff misturou populismo barato com irresponsabilidade e anunciou a redução da tarifa de energia elétrica. Como não existe almoço de graça, a conta acabou no bolso do contribuinte, mesmo que de maneira disfarçada.

Para conseguir esse falso milagre, a presidente da República lançou um programa de antecipação de renovação das concessões de geração de energia. Ou seja, as empresas geradoras que aderiram ao programa renovaram os contratos sob a imposição de reduzirem o custo da energia. As empresas que não aderiram foram criticadas pelos governistas, como se não fosse prever o desastre.

Como forma de conseguir levar adiante o mirabolante plano, o Palácio do Planalto acionou o Tesouro Nacional, que passou a ter os cofres sangrados para recompensar as perdas financeiras das empresas geradoras. A solução que deveria ser de curto prazo acabou revelando uma necessidade de tempo mais longo, o que em outras palavras significa mais dinheiro para indenizar as empresas geradoras e compensar as perdas financeiras das distribuidoras de energia. A saída foi inventar um empréstimo “Mandrake” para as geradoras, por meio de uma associação do setor que assumiu o papel de tomadora do dinheiro.

O plano não tinha como dar certo e contribuinte deve se preparar para uma sangria de aproximadamente R$ 80 bilhões em 2014, sem contar os reajustes de tarifas de energia já autorizados. A ideia inicial eram manter a tarifa de energia sob controle para impedir o estouro da inflação, que de alguma maneira dificultaria o projeto de reeleição de Dilma Rousseff.

A bizarrice criativa dos palacianos saiu do controle a agora as distribuidoras de energia começam a pedir socorro, pois está no cavalete uma dívida de R$ 1,3 bilhão, cujo prazo final de pagamento a Agência Nacional de Energia Elétrica decidiu prorrogar para o final deste mês (julho). Até lá, o governo, mais especificamente o Ministério da Fazenda, terá de buscar uma solução para o setor, antes que a candidatura de Dilma naufrague.

Quando o ucho.info afirma que o governo do PT dá as costas ao planejamento, a esquerda verde-loura entra em uma espécie de catarse. O grande erro cometido por Dilma Rousseff, apresentada ao eleitorado como uma especialista em energia, foi editar a Medida Provisória nº 579, em 11 de setembro de 2012. A MP tratava da renovação das concessões e da redução das tarifas de energia, como mencionado acima.

Acontece que à época (setembro de 2012) o governo sabia que parte do Brasil, em especial as regiões onde estão concentradas as hidrelétricas, entraria em um período de seca, como tem se confirmado nos últimos seis meses. A estiagem tem servido para o PT atacar os adversários políticos, como é o caso do PSDB paulista, por conta da crise no abastecimento de água na cidade de São Paulo, mas não é usada pela oposição para criticar o governo por conta das tolices cometidas na esteira da MP 579.

Apesar de toda a lambança que patrocinou ao longo dos últimos três anos, Dilma quer um novo mandato, sonho que ela defende com o discurso esdrúxulo de que “quem fez continuará fazendo”. Ora, se for para acabar com o Brasil, que Dilma faça como o Neymar e saia antes da tragédia.

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