Israel aceita cessar-fogo, mas o radical Hamas rejeita proposta do Egito

(Reuters)
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Sem trégua – Após uma das semanas mais violentas em anos de conflito com o grupo radical islâmico Hamas, Israel aceitou nesta terça-feira (15) uma proposta de cessar-fogo feita pelo Egito. O Hamas, no entanto, nega ter recebido qualquer comunicação a respeito e rejeitou a deposição de armas antes da chegada a um acordo que ponha um fim ao cerco imposto à Faixa de Gaza.

Segundo comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a trégua passaria a contar a partir das 9h da manhã desta terça-feira (hora local). Até o momento, não há informações sobre o lançamento de foguetes contra Israel a partir do horário estipulado. O Exército afirma que apenas dois projéteis atingiram o sul do país durante a noite, e outros dois foram disparados 15 minutos antes do acordo entrar em vigor.

O saldo de mortes do atual conflito já chegou a 192 – todos palestinos, e em grande parte civis. O número de feridos já passa de 1.400, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, aprovou a iniciativa egípcia, mas o Hamas, que detém o controle da Faixa de Gaza, manifestou-se contra o pacto de não agressão. “Repudiamos um cessar-fogo antes que se chegue a um acordo”, afirmou o porta-voz da liderança política da organização, Sami Abu Zuhri.

Em entrevista ao canal de TV palestino Al-Aqsa, um dos líderes do Hamas, Ismail Haniya, disse que deseja que as agressões acabem, mas que “foi a ocupação que começou esta guerra e é ela que deve terminá-la”. “Nós temos as nossas condições para que ela [a guerra] acabe. A mais importante é que o cerco imposto à Faixa de Gaza tenha um fim e que nossos prisioneiros sejam libertados”, completou.

O braço armado do Hamas – as Brigadas Ezzedine Al-Qassam –, também rejeitou a proposta, que “não vale a tinta com que foi escrita”. A facção também prometeu intensificar os ataques contra Israel.

O Hamas não mantém relações com o Egito desde a queda do ex-presidente Mohammed Morsi, que é um dos líderes do grupo islâmico Irmandade Muçulmana.

A onda de violência na região foi desencadeada pela morte de três jovens israelenses, sequestrados em 12 de junho, e pelo posterior sequestro e assassinato de um adolescente palestino, apontado como um ato de vingança.

Na última terça-feira, Israel lançou a campanha Operação Margem de Proteção, que tem como objetivo acabar com o terrorismo na Faixa de Gaza, com o Hamas como alvo. Mais de mil projéteis foram disparados contra Israel nos últimos oito dias, segundo o Exército israelense, mas não deixaram mortos, sobretudo graças ao sistema antimísseis Iron Dome. (Com agências internacionais)

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