Gleisi Hoffmann esconde Dilma e o PT em tentativa desesperada de impulsionar candidatura

gleisi_hoffmann_64Manobra radical – Candidata do PT ao governo do Paraná, a senadora Gleisi Hoffmann enfrenta situação que ultrapassou os limiares da dificuldade. Acreditando que estaria ajudando a senadora petista, o PT estimulou o lançamento da candidatura do também senador Roberto Requião (PMDB) ao Palácio Iguaçu como forma de garantir um segundo turno. E o plano funcionou parcialmente, pois as pesquisas eleitorais apontam para realização de segundo turno no Paraná. A grande questão é que Requião ultrapassou a senadora petista e polariza com o governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição.

Por conta desse cenário complexo revelado pelas pesquisas, são cada vez mais fortes os indícios de que a candidata petista não chegará ao segundo turno. A queda de Gleisi deve-se a uma série de erros e escândalos (como o do pedófilo Gaievski e o do coordenador de campanha André Vargas), mas o tiro de misericórdia pode ter vindo da má vontade da população contra o PT e Dilma Rousseff em todo o País.

Gleisi Hoffmann tem enormes dificuldades de se dissociar do PT e de Dilma, pois foi ministra-chefe da Casa Civil durante quase quatro anos. Quando retornou ao Senado Federal, atuou como uma espécie de “buldogue” palaciano, com a missão de impedir a criação da CPI da Petrobras e derrubar projetos que contrariavam a ideologia do PT, como o projeto do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que reduzia a maioridade penal para os que cometem crimes hediondos.

Na campanha, Gleisi está sendo obrigada a explicar porque acredita que menores psicopatas devem ter tratamento de inimputáveis e, ao mesmo tempo, revelar as razões que fizeram levar um pedófilo conhecido para comandar as políticas federais direcionadas a crianças e adolescentes.

O peso dessas escolhas equivocadas aparece no material de campanha da senadora, no qual ela tenta se dissociar do PT e de Dilma, além de atacar sutilmente o senador Roberto Requião. O texto convida o Paraná a “olhar para frente” (Requião tem 73 anos e já foi governador três vezes).

A sigla PT sumiu completamente da propaganda da candidata. O vermelho, cor oficial do partido, desapareceu, exceto por ínfimo resíduo em um canto do círculo que indica o número da candidata. A estrela do PT foi minimizada e colocada no pingo no “i” de Gleisi, o que dificulta sobremaneira a visualização. O nome da presidente Dilma Rousseff, quando aparece na propaganda de Gleisi, está menor do que o PIB do ministro Guido Mantega.

Todos os estratagemas adotados por Gleisi Hoffmann e seus assessores de campanha parecem não estar funcionando. Prova disso é que uma análise das pesquisas mostra que é contínuo o crescimento de Requião no eleitorado de Gleisi. Dentro do próprio PT existem setores, cada vez mais influentes, que pregam abertamente o abandono da candidatura da petista já no primeiro turno.

Sinuca na terra das araucárias

Um dos mais importantes estados da federação, o Paraná vive uma situação sui generis. Isso porque os três principais candidatos ao governo estadual nem de longe atendem às expectativas do eleitorado local.

Se Gleisi Hoffmann e Roberto Requião dispensam maiores apresentações por causa dos últimos acontecimentos de campanha, sem contar os respectivos currículos, o governo Carlos Alberto Richa (PSDB), conhecido como Beto Richa, não fica atrás. De olho na reeleição, Richa tem se esforçado para esconder dos eleitores paranaenses o fiasco que foi sua primeira passagem pelo Palácio Iguaçu.

Sem realizações que merecessem destaque, Beto Richa conseguiu arruinar as finanças do estado, a ponto de o governo ter atrasado de forma vergonhosa o pagamento de fornecedores e prestadores de serviços, alguns dos quais foram obrigados a enfrentar as agruras da bancarrota. Sempre com uma desculpa pronta para explicar o inexplicável, Richa simplesmente gastou mais do que deveria, contando com uma receita que jamais daria o ar da graça. Para escapar do olho do furacão, o governador acionou sua assessoria, que foi obrigada a transferir a culpa para terceiros, que via de regra são “mudos e surdos”.

Em outras palavras, o Paraná, estado que sempre foi conhecido pela sua pujança econômica, agora está diante de uma trilha tríplice em termos eleitorais, sendo que nenhum dos caminhos leva ao local desejado. Resumindo, que nas eleições vindouras os paranaenses optem pelo menor dos males, sempre lembrando que Richa, Gleisi e Requião estão mais para pesadelo do que para sonho minimalista.

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