Jorge Viana faz discurso nauseante para defender o PT das acusações de fraude na CPI da Petrobras

jorge_viana_03Pau mandado – Pudesse o universo dos discursos políticos ser comparado a alguma das muitas atividades do artesanato, o senador Jorge Viana (PT-AC) certamente seria considerado uma “mulher rendeira”. Isso porque seu palavrório em defesa do governo petista da companheira Dilma Rousseff é um bordado utópico e sem fim, que desrespeita a lógica e a realidade dos fatos.

Na tarde desta terça-feira (5), repetindo o que sempre faz ao defender a ação transgressora e bandoleira do seu partido, Jorge Viana abusou do ridículo ao comentar o escândalo envolvendo alguns “companheiros”, que nos bastidores do poder esculpiram as perguntas que seriam feitas aos convocados para depoimento na CPI da Petrobras que funciona no Senado Federal.

O discurso de Viana foi tão pequeno e de encomenda, que ouvi-lo provocou náuseas àqueles que ainda pensam e aos que conhecem o funcionamento da política nacional em suas entranhas imundas. Durante semanas a fio o Palácio do Planalto exigiu da bancada petista esforço descomunal para tentar barrar a CPI da Petrobras, mas agora a “companheirada” tenta colocar no Olimpo a comissão criada para investigar as muitas estripulias ocorridas na petroleira verde-loura.

Defender o indefensável é tarefa tão hercúlea, apesar da intrínseca inviabilidade, que Jorge Viana precisou se agarrar a um artigo do jornalista Janio de Freitas, do qual este site, começando por seu editor, discorda na integralidade, apesar do respeito que merece o profissional da “Folha de S. Paulo”.

Disse Jorge Viana que, durante a Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), alguns jornalistas afirmaram que não há como fazer jornalismo sem opinião, mas o Partido dos Trabalhadores não aceita a opinião que fira seus interesses. O PT vem atuando ao longo dos anos como quadrilha política, mas a cúpula do partido insiste em divulgar supostos feitos que a realidade desmonta com um reles sopro.

Que o PT colocaria sua tropa de choque para reagir à denúncia de fraude na CPI da Petrobras todos sabiam, mas é inaceitável desqualificar um trabalho jornalístico que não deixa dúvidas, até então, no que se refere à seriedade e à gravidade da denúncia. Jorge Viana, assim como o jornalista Janio de Freitas, tem o direito de discordar do que foi publicado na mais recente edição da revista Veja, mas a gravação não deixa dúvidas a respeito da veracidade da denúncia.

Quem acompanha o cotidiano do Congresso Nacional sabe muito bem como funcionam as CPIs, instrumento importante da democracia que o PT tentou barrar a qualquer custo, mas que agora caiu nas graças de Jorge Viana. Lamentavelmente, perguntas e respostas são combinadas antes de qualquer depoimento em Comissões Parlamentares de Inquérito. Se esse tipo de conduta é considerado normal pelo PT de Jorge Viana, para o ucho.info não passa de uma manobra burra e covarde que serve apenas e tão somente para impedir que a verdade seja descoberta. E isso independe de partido político.

A questão é que com esse tipo de comportamento os parlamentares impedem o avanço das investigações, o que é de interesse do povo brasileiro. É nesse exato ponto que faz-se ainda mais importante a atuação da imprensa, que revela à opinião pública o que há nos imundos subterrâneos do poder, algo que o conluio político impede de ser revelado. Se a Jorge Viana a revista Veja tornou-se um instrumento acessório da oposição, é porque a publicação está no caminho certo.

Jorge Viana deveria envergonhar-se do papel que desempenha, ao lado de figuras igualmente menores como os também senadores e “companheiros” Humberto Costa (PE) e Gleisi Hoffmann (PR), pois não será com conversa fiada que o PT conseguirá esconder a verdade. Aliás, ainda há um sem fim de escândalos para emergir nesse mar de lama em que se transformou a política nacional, cujo grau de putrefação subiu assustadoramente ao longo dos últimos onze anos e meio.

Para camuflar os escândalos da Petrobras, o senador acreano, em atuação genuflexa e míope, busca comparar os números atuais da empresa com os da era FHC, como se isso justificasse a roubalheira que corroeu os cofres da estatal. O que está em questionamento não é quanto aumentou o faturamento da empresa, mas o valor que foi surrupiado dos cofres da Petrobras na esteira de negociatas ancoradas por conhecidos velhacos da política brasileira.

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