CPI do Metrô de SP é tão importante e necessária quanto uma CPI para investigar Rosemary Noronha

rosemary_noronha_02Dois pesos – Nada é mais volátil no universo do que a opinião de um político brasileiro. A situação piora quando muitos políticos da esquerda se juntam para defender o indefensável. Nesse caso, a volatilidade é muito mais célere do que a do éter. Dias após a presidente Dilma Rousseff reacender o escândalo da refinaria de Pasadena, a tropa de choque do PT no Congresso Nacional entrou em cena para evitar um desastre.

De tudo foi tentado para esvaziar o caso e evitar a instalação de CPIS, mas o Palácio do Planalto não conseguiu alcançar seus objetivos escusos. A saída foi tentar enxertar na CPI que tramita no Senado Federal uma investigação sobre a formação de cartel metroferroviário em São Paulo para fornecer serviços e equipamentos superfaturados ao governo paulista. Como a estratégia não funcionou, o discurso petista foi focado na tese de que a oposição pretendia fazer uso político da CPI por ser este um ano eleitoral.

No âmbito da teoria, a CPI é um instrumento democrático e previsto em lei que dá à oposição o direito de investigar os desmandos de quem está no poder. Acontece que nada disso sai do papel porque combinações e conchavos se encarregam do preâmbulo das CPIs, não importando da corrente partidária do investigado.

Depois que a revista Veja denunciou a fraude na CPI da Petrobras, os petistas resolveram dar o troco e decidiram instalar a CPI do Metrô de São Paulo, que por conta do recesso branco está sem presidente e, portanto, ainda não funciona de fato. Em suma, o PT está a fazer uso exatamente daquilo que condenou: uma CPI para fins político-eleitorais.

Independentemente de quem esteja na alça de mira, os brasileiros de bem não podem aceitar que os cofres públicos sejam saqueados continuamente apenas porque esse ou aquele político tem a simpatia de parcela do eleitorado. Corrupção é crime previsto em lei e seu agente deve ser punido com a pena de prisão, como já experimentam os malandros que protagonizaram o escândalo do Mensalão do PT.

Ora, para a criação da CPI do Metrô de SP os petistas alegaram que onde há verbas federais é preciso investigar, desde que exista algum tipo de transgressão. Se o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, não foi capaz de dar as devidas explicações à opinião pública, que arque com as consequências de uma CPI. Assim reza o ordenamento legal vigente no País.

O mais interessante nessa epopeia política sem fim é que o PT simplesmente se faz de rogado e chama para si a aura da falsa probidade. Se para instalar a CPI do Metrô de SP a justificativa foi o investimento de recursos federais nas obras de ampliação da rede metroferroviária paulista, a mesma tese deveria servir para que fosse criada uma CPI para investigar as estripulias de Rosemary Noronha, a Marquesa de Garanhuns, que aos interlocutores se apresentava de forma deliberada como namorada de Lula, o apedeuta lobista.

Rose, como é conhecida a amante do ex-metalúrgico, foi a âncora de um esquema criminoso de venda de pareceres de órgãos federais, que funcionava a partir do escritório paulistano da Presidência da República. A madame, que acompanhou Lula em dezenas de viagens internacionais oficiais, foi investigada pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro. Muito estranhamente, o assunto caiu no esquecimento, sem que a PF exibisse na Porto Seguro o mesmo apetite para desvendar mistérios que vem demonstrando na Operação Lava–Jato. Nessa linha tem uma boiada, apenas proteger Lula e sua amásia.

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