Deputados e senadores zombam do contribuinte e cancelam esforço concentrado de setembro

congresso_11Cara de pau – Cada parlamentar no Congresso Nacional custa ao contribuinte aproximadamente R$ 150 mil por mês. Isso significa que para contar com a inteligência, a dedicação, o desinteresse pessoal e o patriotismo de 513 deputados federais e 81 senadores os brasileiros desembolsam, a cada trinta dias, a bagatela de R$ R$ 89,1 milhões. O que significa que a sangria anual nos cofres públicos é de R$ 1,158 bilhão, já incluso nesse cálculo o custo do décimo terceiro salário.

A exemplo do que sempre acontece em ano eleitoral, deputados e senadores pegam carona em uma invencionice batizada como “recesso branco”, um ócio remunerado para que os doutos representantes do povo possam se dedicar às suas respectivas campanhas, até porque largar a mamata ninguém quer. Em suma, os parlamentares recebem do poder público para cuidar dos próprios interesses, neste caso específico a reeleição ou a eleição a novo cargo.

Em meio a esse escárnio, os mesmos deputados e senadores inventaram outra sandice, que serve apenas para ludibriar a opinião pública. O tal do “esforço concentrado”, como se em algum momento do mandato esses senhores – e senhoras também – fizessem algum tipo de esforço. Tivessem vergonha e trabalhassem como um trabalhador normal, essa aberração chamada esforço concentrado seria desnecessária.

Como havia noticiado o ucho.info, deputados e senadores agendaram dois esforços concentrados antes das eleições: um em agosto e outro em setembro. O esforço concentrado agosto aconteceu nesta semana e serviu para nada. Matérias importantes foram ignoradas e continuam à espera de votação, enquanto outras, como medidas provisórias, correm o riso de perdem a validade por conta do prazo. Para que não nos acusem de leviandade, o esforço concentrado desta semana serviu para que petistas tentassem explicar a fraude que emoldurou alguns depoimentos à CPI da Petrobras, enquanto a oposição esperneava em todos os cantos. De concreto nada surgiu desse tal esforço, pois os parlamentares admitiram aquilo que os jornalistas que cobram o cotidiano do Congresso sabem não é de hoje: combinações e armações são comuns em CPIs.

Cansados por conta dos muitos afazeres da campanha, os parlamentares decidiram cancelar o esforço concentrado agendado para setembro próximo. Isso significa que mais uma vez o Brasil e os brasileiros continuarão reféns da boa vontade de deputados e senadores para que decisões sejam tomadas e soluções surjam no horizonte verde-louro. O que se busca com essa manobra chicaneira é obrigar o contribuinte a financiar políticos que só têm olhos para os próprios interesses.

O País está mergulhado em uma grave crise econômico, mas isso parece não incomodar aqueles que dizem defender a nação e seus cidadãos. É preciso que nas urnas de outubro próximo os eleitores enviem um duro recado a esses alarifes com mandato, pois é inaceitável que situações semelhantes se repitam a esmo e sem qualquer tipo de sanção.

O pior nesse cenário não é a ausência desses desqualificados no local de trabalho, mas, sim, o que fazem durante os três dias por semana que marcam presença no Congresso Nacional. Normalmente cumprem ordens palacianas e abafam escândalos de corrupção. Para tanto, cada um desses saltimbancos embolsam, apenas em salários, R$ 1,4 milhão a cada quatro anos. Enquanto isso, um trabalhador que recebe salário mínimo recebe, no mesmo período, pouco mais de R$ 37 mil. Brasil, até quando?

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