Coordenador da campanha de Gleisi, André Vargas ajudou doleiro Alberto Youssef a lavar R$ 2,4 milhões

gleisi_hoffmann_66Linha de tiro – Em baixa nas pesquisas eleitorais, mas à frente de uma campanha que esbanja dinheiro e infesta as cidades do Paraná com cavaletes com imagens suas, Gleisi Hoffmann (PT), a senadora censora, tem mais um “abacaxi” para descascar. A contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza, revelou à revista Veja que o deputado federal André Vargas (ex PT), coordenador da campanha de Gleisi ao governo do Paraná, ajudou o doleiro a lavar R$ 2,4 milhões por meio de uma empresa do Paraná.

A contadora disse que a viagem de férias de Vargas com a família ao Nordeste, em jatinho fretado pelo doleiro, foi uma retribuição desse favor. Vargas e Youssef também estariam associados no Labogen, laboratório-lavanderia criado especialmente para lesar o Ministério da Saúde. Caberia a Vargas “abrir portas” no governo. Na época em que o Labogen começou a operar pesado com o governo, Gleisi ocupava a estratégica chefia da Casa Civil, que tem por função coordenar as ações dos demais ministérios.

A situação de André Vargas e de Gleisi pode complicar, pois o doleiro, réu em uma dúzia processos e que corre o risco de pegar mais de 100 anos de prisão, está desesperado. Youssef se vê sem saída e pode optar, de acordo com reportagem do jornal “Folha de S. Paulo”, por uma delação premiada, na qual entregaria seus cúmplices para obter eventual redução de pena. O esquema de Alberto Youssef teria movimentado R$ 10 bilhões em quatro anos, tinha ramificações na Petrobras e no Ministério da Saúde e em diversos partidos, em especial o PT.

Contundo, conforme noticiou o ucho.info na edição desta segunda-feira (11), o volume de dinheiro movimentado pode ter se igualado – ou até superado – o montante do escândalo do Banestado, que também flagrou Youssef operando na seara da ilegalidade e do crime.

André Vargas não é o primeiro auxiliar direto de Gleisi Hoffmann com a vida complicada. O caso mais notório é o do pedófilo Eduardo Gaievski, ex-prefeito de Realeza, que a petista levou para ser seu assessor especial na Casa Civil, encarregando-o de cuidar das políticas do governo federal para crianças e adolescentes. Gaievski foi preso pela prática de 28 estupros contra menores, 14 deles cometidos contra vulneráveis (menores de 14 anos). Preso desde agosto de 2013 na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, Sudoeste do Paraná, Gaievski está prestes a receber uma sentença que pode ultrapassar com largueza a marca de 100 anos de prisão. Gaievski era cotado para ser o vice ou chefe da Casa Civil em eventual governo Gleisi.

Os enrolados aliados da petista foram temas de uma das famosas ironias do senador Roberto Requião, que disputa o governo do Paraná pelo PMDB e não perde oportunidade de fustigar a adversária: “O PT está baleado, está com uma asa chumbada, um tiro de 12 de chumbo fino. O Gaiveski, que era o principal organizador e vice-governador da Gleisi, está na cadeia, e o André Vargas ainda não está na cadeia! Mas todo mundo conhece o tipo de política do André e do PT”.

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