Lava-Jato: marido de Gleisi tem ligações com o operador dos precatórios milagrosos no MA

paulo_bernardo_19Curto-ciruito – O explosivo escândalo dos precatórios no Maranhão está tendo desdobramentos na campanha do Paraná. A ligação entre João Bernardo de Azevedo Bringel (à direita na foto), secretário do Planejamento de Roseana Sarney, e o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), marido de Gleisi Hoffmann, candidata do PT ao governo do Paraná.

Bringel foi secretário-executivo do Ministério do Planejamento na gestão de Paulo Bernardo (2003-2010) e chegou a assumir a pasta quando o ministro assumiu a coordenação da campanha de Dilma Rousseff. Quando foi nomeado ministro das Comunicações, em 2011, Paulo Bernardo articulou a ida de João Bringel para o secretariado de Roseana Sarney.

Foi Bringel quem negociou o pagamento de R$ 120 milhões em precatórios da construtora Constran com Youssef, o que teria rendido, segundo a contadora Meire Bonfim da Silva Poza, R$ 6 milhões em propina para integrantes do governo do Maranhão e R$ 12 milhões para o doleiro. Quando o esquema foi interrompido, devido à denúncia, a Constran já havia embolsado R$ 33.065.334,12.

A confissão da ex-contadora do doleiro poderá fazer a Justiça Federal decretar a prisão dessas pessoas, que, segundo Meire Poza, participaram, em 10 de setembro de 2013, de reunião em que foi definido o acordo com Alberto Youssef para o pagamento de R$ 120 milhões de precatório para a Constran.

A Constran é grande doadora das campanhas de Gleisi Hoffmann e a ligação de Paulo Bernardo com Bringel tende a enxertar novo escândalo na candidatura que tornou-se alvo de denúncias graves, escolhas insensatas de assessores e coordenadores. Apenas para lembrar, Gleisi, levou um pedófilo investigado por dezenas de estupros de crianças, Eduardo Gaievski, para coordenar as políticas do governo federal para menores. Escolheu como coordenador de sua campanha ao governo do Paraná o deputado André Vargas (ex-PT, hoje sem partido), acusado de associação criminosa com o doleiro Alberto Youssef.

O resultado é que a senadora, vista pelo PT como primeira candidata viável produzida pelo partido no Paraná, aparece com 11% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (15). O PT, que operou para viabilizar a candidatura de Roberto Requião apenas para provocar um segundo turno no Paraná, acompanha de camarote a polarização entre o senador peemedebista e o governador Beto Richa (PSDB), enquanto Gleisi parece condenada ao papel de reles espectadora da disputa.

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