São e salvo – Após quase três semanas de isolamento em hospital em Atlanta, nos Estados Unidos, o médico norte-americano Kent Brantly foi considerado curado do ebola e recebeu alta nesta quinta-feira (21), segundo nota divulgada pelo grupo de ajuda humanitária Samaritan’s Purse, para o qual ele trabalha. Brantly, 33, contaminou-se com o vírus letal ao atender pacientes doentes na Libéria, um dos países que mais sofrem com a atual epidemia.
“Hoje vou me juntar às nossas equipes em todo o mundo no agradecimento a Deus pela recuperação do doutor Kent Brantly”, afirmou por meio de nota Franklin Graham, presidente da instituição internacional de caridade.
Brantly e sua assistente Nancy Writebol, que também fora contaminada pelo vírus do ebola durante trabalho humanitário na Libéria, desembarcaram nos Estados Unidos no último dia 2 de agosto. Eles começaram a ser tratados com o soro experimental ZMapp ainda na África. Segundo a Samaritan’s Purse, as condições de saúde do médico eram “terríveis” quando ele embarcou para os EUA.
O governo americano ainda dever soltar uma nota atualizada sobre as condições de saúde de Writebol. Suas condições de saúde estariam boas, segundo divulgaram algumas agências de notícias.
Outros três agentes de saúde na Libéria também estão sendo tratados com o ZMapp – eles são os primeiros, e até agora únicos africanos a receber a medicação. Segundo informações oficiais, eles estariam mostrando sinais “bastante positivos de recuperação”.
Entretanto, um religioso espanhol com ebola e que também havia sido tratado com a droga morreu num hospital de Madrid no dia 12 de agosto. A fabricante do medicamento, nos EUA, divulgou que o estoque da droga está esgotado.
Favela isolada
Até agora, o pior surto do ebola a atingir a África Ocidental já matou ao menos 1.350 pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. Karin Landgren, representante especial da ONU na Libéria, país durante afetado pelo vírus, alerta que a epidemia já coloca em risco a estabilidade do país.
“O impacto do ebola vai para além das famílias e comunidades afetadas pelo vírus. A situação ameaça a saúde pública, a segurança alimentar, psicológica e a economia do país”, disse Landgren nesta quinta-feira.
A declaração veio um dia depois de manifestantes saírem às ruas da capital Monróvia para protestar contra a decisão do governo de isolar a maior favela do país, numa tentativa de conter o avanço do vírus. Moradores enfrentaram a polícia. A presidente Ellen Johnson ordenou colocou a área em quarentena depois que 37 pacientes com o vírus do ebola fugiram de uma área de isolamento no último fim de semana passado. A Libéria registrou 972 casos de ebola até agora, sendo 576 deles fatais. (Com agências internacionais)