Frente única do terror

(*) Ipojuca Pontes –

ipojuca_pontes_15O Brasil nunca teve boa vida sob a égide do sobrenome Quadros. Por exemplo: Jânio da Silva Quadros, reconhecido no pedaço (devido ao pernosticismo verbal) pela alcunha de “Fi-lo porque qui-lo”. Tipo do alcoólatra contumaz, eleito presidente da República com quase seis milhões de votos, uma enormidade para a época, Jânio, embora considerado como de “direita”, idolatrava Fidel Castro e, em Brasília, depois de um porre federal, chegou a condecorar (com a Ordem do Cruzeiro do Sul) o sanguinário Che Guevara – este, tido e havido pelos guerrilheiros cubanos como “El Chancho” (porco, em espanhol).

Pois muito bem: eleito presidente, Jânio Quadros, demagogo tropical de vocação autoritária, renunciou ao cargo depois de sete meses de mandato, lançando o País na voragem de uma era política tempestuosa ao permitir, de forma maquiavélica, que Jango, um boneco nas mãos do comunista Carlos Prestes, chegasse à presidência da República.

O tempo passou, mas a sina do sobrenome Quadros continua. Hoje, 43 anos depois da renúncia de Jânio, resplandece no cenário político tupiniquim a luz negra da ativista Elisa Quadros, a Sininho, que converge para si a liderança dos Black Blocs, grupo terrorista que, desde junho de 2013, por força da alardeada “ação direta”, pretende liquidar com o capitalismo e a democracia representativa no Brasil.

Na prática, sob a chama da escatologia política de Sininho, são agredidas e assassinadas pessoas, incendiados ônibus e outros veículos (oficiais e privados), destruídas agências bancárias, supermercados, lojas, postos, estabelecimentos comerciais, bens do patrimônio público, o próprio direito de ir e vir e tudo mais que venha atrair a sanha do receituário terrorista. Para a consecução da dita “ação direta”, expressão grata ao fanatismo de esquerda cultivado no meio universitário, o bando mascarado se arma com ouriços, porretes, bombas, explosivos em geral e, com mais frequência, os indefectíveis coquetéis molotov. De fato, por trás de tudo prevalece a idéia insana de intimidar e destruir.

E há a questão do dinheiro para financiar a violência do grupo terrorista. Afinal, quem paga a conta e quem financia o terror?

Os próprios terroristas dão a entender que são financiados, nutridos e alimentados por ONGs religiosas e ambientalistas nacionais e estrangeiras, em especial suíças e francesas, além de receberem pródigos recursos de fundos sindicais, associações de classe, “movimentos sociais” e, sobretudo, partidos políticos da esquerda (todos eles, sem exceção, viabilizados por infindáveis verbas públicas, em última analise sacadas do bolso do contribuinte, a real vítima do terror).

Como se sabe, o terrorismo moderno é uma criação russa. Ele nasce na segunda metade do século 19 com a figura de Sergei Netchaiev e o seu “Catecismo Revolucionário”, um repositório doutrinário escrito em letras de sangue, tido como a bíblia das organizações terroristas (Lenin o consultava com frequência). Súdito dissidente do anarquista Bakunin (1814-1876), Netchaiev, para “acordar as massas”, apostava, tal como Sininho hoje, na virulência da ação destrutiva para criar o caos e multiplicar o sofrimento do povo, levando-o, pela cólera e impaciência, à ira revolucionária.

No resumo da ópera, o terrorismo amoral de Sininho e asseclas é mais uma componente da frente única comunista que, de forma estratégica, articula a associação da “guerra de movimento”, preconizada por Lenin, e a “guerra de posição”, proposta pelo corcunda Antonio Gramsci nos seus “Cadernos”, para consolidar a marcha do pensamento monolítico entre nós – marcha estratégica que envolve o PT, PSOL, PSTU, PC do B, PSDB, Black Blocs e tutti quanti, parceiros, cada um a seu modo e no seu devido lugar, na implantação da utopia totalitária incensada pelo charlatão Karl Marx.

Não é por outro motivo que ninguém segura os integrantes do Black Blocs na cadeia e o pessoal da OAB, partidos, movimentos sociais e da mídia amestrada os considera, tão somente, ‘‘ativistas’.

Vade retro, Satanás!

(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.

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