Lava-Jato: Polícia Federal alveja mais um aliado de Gleisi e de novo coloca o PDT na linha de tiro

gleisi_hoffmann_69Corda bamba – José Baka Filho (PDT), o ex-prefeito de Paranaguá que esteve perto de ser indicado como candidato à vice na chapa de Gleisi Hoffmann, que disputa o governo do Paraná pelo PT, é o mais novo suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na esteira da Operação Lava-Jato.

Indicado pelo PDT paranaense para fazer dupla com Gleisi, Baka Filho contava com o apoio da senadora. O ex-prefeito teve seu projeto interrompido em fevereiro passado, quando a Vara da Fazenda Pública de Paranaguá decretou a indisponibilidade de seus bens, devido a prejuízos aos cofres públicos por ordenar despesas de maneira irregular por meio de uma empresa de economia mista, a Emdepar, que aplicava recursos da prefeitura sem licitação.

Nesta sexta-feira (12), a situação de José Baka Filho tornou-se ainda mais complicada. O jornal “Gazeta do Povo” revela que Paranaguá teve prejuízo ao aplicar em fundo de Youssef. A matéria afirma que a Paranaguá Previdência investiu R$ 2 milhões no fundo “Viaja Brasil”, parte do esquema criminoso do doleiro e investigado na Operação Lava Jato. O “Viaja Brasil”, administrado pelo Banco Máxima, impulsionou o crescimento do grupo Marsans Brasil, controlado por Alberto Youssef.

A ex-contadora de Youssef, Meire Poza, em entrevista à revista Veja, disse que o doleiro teria pago 10% de propina para cada prefeito que topasse investir em um fundo de investimentos criado por ele. Em depoimento à Polícia Federal, noticiado jornal “Folha de S. Paulo”, Meire citou Paranaguá como uma das investidoras do fundo.

José Baka Filho não é o primeiro aliado próximo de Gleisi Hoffmann apanhado na rede de corrupção do doleiro Alberto Youssef. Em abril, o então coordenador da campanha da senadora, deputado André Vargas (ex-PT), experimentou o calvário depois de viajar ao Nordeste, com a família, em um jatinho cujo aluguel foi bancado pelo doleiro. A PF acabou descobrindo que a relação entre ambos era mais profunda e incluía uma sociedade no laboratório-lavanderia Labogen, criado para lesar o Ministério da Saúde.

O próprio Vargas se encarregou de colocar mais lenha na fogueira quando percebeu que fora abandonado por Gleisi e pelo marido da senadora petista, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações). Em declarações publicadas pela revista Veja, o deputado detonou o casal: “Vargas insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”.”

Além da bisonha ligação do marido de Gleisi, Paulo Bernardo, com o grupo Schahin, fornecedor da Petrobras, os mensageiros de Vargas revelaram que a própria senadora teria vínculos com a empreiteira Camargo Corrêa (associada do grupo Schahin), que opera contratos bilionários com a estatal. As conexões de Gleisi com a empreiteira já chamaram a atenção durante outra Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que antecedeu a Lava-Jato. Vale lembrar que na Operação Castelo de Areia a PF identificou os nomes de vários políticos em uma lista de pagamentos da empreiteira, entre eles o do vice-presidente da República, o peemedebista Michel Temer.

Em 2008, a empreiteira Camargo Corrêa foi a maior doadora da campanha de Gleisi Hoffmann, quando a petista concorreu à prefeitura de Curitiba. De acordo com o site Contas Abertas, “em 2008 a construtora doou apenas R$ 2 milhões para os candidatos nas eleições municipais. Um quarto desse valor foi destinado à candidata à prefeitura da capital paranaense, Curitiba, Gleisi Helena Hoffmann (PT)”.

apoio_04