Medindo forças – Nesta quinta-feira (2), centenas de manifestantes bloquearam as saídas do gabinete do chefe do executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, apesar de a polícia alertar para sérias consequências caso prédios oficiais fossem ocupados. Os manifestantes exigem que Leung renuncie até a meia-noite e ameaçam intensificar os protestos.
“O governo não pode continuar nos isolando. Viemos para tentar ver Leung a caminho do trabalho e exigir que ele fale conosco”, disse o manifestante Matthew Liu. “Se ele não responder aos protestos, continuaremos nossa ocupação pacífica”, afirmou a estudante Agnes Chow Ting.
Os manifestantes, em sua maioria estudantes, agitaram-se e ficaram em estado de alerta depois que a polícia foi vista descarregando caixas de gás lacrimogêneo e balas de borracha nas imediações dos prédios do governo.
“Quanto mais pessoas estiverem aqui, mais seguros estaremos”, disse o manifestante Heiman Chan, contando que correu para o principal local de protestos depois de ter visto fotos das embalagens de balas de borracha no Facebook. “Não sairemos daqui. Se eles usarem gás lacrimogêneo, recuaremos e tomaremos uma nova área. Se usarem balas de borracha, teremos que correr um pouco mais rápido.”
O movimento pró-democracia, denominado coloquialmente de “revolução dos guarda-chuvas”, completa nesta quinta-feira seu sexto dia consecutivo nas ruas, com a reivindicação por eleições sem restrições. Em agosto, o governo chinês anunciou que teria direito de vetar candidatos no próximo pleito da região administrativa especial, marcado para 2017.
O jornal oficial do Partido Comunista da China trouxe em sua edição desta quinta-feira um editorial reforçando o apoio a Leung. “O governo central tem confiança total no chefe do Executivo Leung Chun-ying e está completamente satisfeito com seu trabalho”, afirmou o “People’s Daily” – considerado a voz do governo chinês.
O texto, publicado na primeira página, destaca também o apoio à polícia de Hong Kong, criticada por ter usado gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar manifestantes no último fim de semana. Segundo o jornal, esta foi a maneira adequada de “lidar com atividades ilegais”.
Os protestos são os mais graves em Hong Kong desde que a China reassumiu seu governo em 1997. (Com agências internacionais)