Favas contadas – A derrota de Gleisi Hoffmann na corrida ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, já era esperada por aqueles que sabem analisar a política com responsabilidade e isenção. Alçada ao cargo de ministra-chefe da Casa Civil como forma de alavancar sua candidatura ao governo do Paraná, Gleisi chegou a sonhar com a possibilidade de ser a substituta de Dilma Rousseff, a presidente, em 2019. Um sonho típico de verão que acabou antes da chegada da primavera.
Arrogante e prepotente, além de ter apreço pela censura à imprensa livre, Gleisi Hoffmann foi vítima de si própria. O primeiro e grande tropeço foi prejudicar o Paraná com o represamento de verbas federais, tanto como ministra quanto como senadora. A queda de braços entre o Palácio Iguaçu e a senadora petista por pouco não virou um caso de polícia, pois o governador do estado chegou a pedir a prisão do secretário do Tesouro Nacional, Arno Agustin. O projeto obtuso de Gleisi era prejudicar ao máximo seu próprio estado para facilitar sua campanha eleitoral. E o tiro saiu pela culatra.
O segundo erro, que teve repercussão nacional, foi a decisão de Gleisi Hoffmann, de volta ao Senado Federal, defender uma proposta do governo da companheira Dilma de transferir para a rede pública de ensino a educação dos portadores de necessidade especiais. Ou seja, uma estocada mortal nas tão necessárias APAEs. A notícia ganhou o noticiário através de nota publicada no jornal “Folha de S. Paulo” e largamente repercutida pelo ucho.info. Foi o bastante para Gleisi, sempre autoritária, decidir processar o editor do site, sob a falsa alegação de que este noticioso trabalha para a oposição. Se criticar os desmandos do PT e as estripulias dos petistas significa favorecer a oposição, então mais da metade dos veículos de comunicação do País trabalham para os adversários do partido do governo central.
O terceiro erro, não necessariamente nessa ordem, foi levar o pedófilo Eduardo Gaievski para a Casa Civil, na condição de assessor especial e incumbido de cuidar dos programas federais destinados a menores. Fora isso, o “Monstro da Casa Civil” também cuidou de outros programas, como o “Mais Médicos”, armadilha para encher os cofres da ditadura castrista com o suado dinheiro dos contribuintes brasileiros.
Gaievski era investigado pelo Ministério Público do Paraná quando foi indicado por Gleisi para a Casa Civil. Sua indicação, bisonha, é bom lembrar, colocou em xeque a competência do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que entre tantas atribuições têm o dever de checar o currículo dos indicados para cargos de confiança na máquina federal, começando pelos que trabalham no entrono da máxima autoridade da nação.
O quarto erro cometido por Gleisi foi ter escolhido o deputado federal André Vargas (ex-PT) para coordenar sua campanha ao governo paranaense. Vargas foi flagrado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, em negócios nada ortodoxos com o doleiro Alberto Youssef, que no rastro de delação premiada agora começa a contar o que sabe sobre o maior escândalo de corrupção da história brasileira. André Vargas foi acusado pela PF de ser o sócio oculto do doleiro Youssef no laboratório-lavanderia Labogen, criado para lesar os cofres do Ministério da Saúde.
Não fosse a insistência do ucho.info em noticiar o caso do “Monstro da Casa Civil”, o pedófilo Gaievski estaria sendo julgado e condenado sem a devida publicidade, algo necessário quando o assunto envolve alguém de altíssima periculosidade. Incomodada com o espaço que este site deu ao tema, Gleisi usou sua condição de senadora e o fato de o marido, Paulo Bernardo da Silva, estar ministro das Comunicações para exigir que jornalistas do Paraná destruíssem o editor do ucho.info, como se o Brasil já fosse, de fato e de direito, uma Venezuela agigantada. Por sorte ainda existem jornalistas corretos e corajosos, que não se rendem à pressão de totalitaristas de quinta.
Em suma, Gleisi Hoffmann foi derrotada por si mesma, pela sua soberba e pelo pensamento equivocado de que a competência de alguém se traduz em uma dúzia de roupas de butique, uma dezena de óculos avantajados e da moda, além de um narizinho arrebitado que tão bem traduz a sua essência. Tomara que a derrota seja um aviso para que essa senhora repense a carreira política, pois dessas madames comunistas, frequentadoras mequetrefes da Rive Gauche, o Brasil está farto.