Primeiro resultado das eleições deste ano é a irreversível derrota política do gazeteiro Lula

lula_363Antes tarde – Luiz Inácio da Silva, o lobista, é o grande derrotado da eleição deste ano. Suas apostas em termos de candidatos fracassaram de tal forma, que o PT voltou ao patamar de quando atuava na oposição e tropeçava nas disputas eleitorais. As derrotas anunciadas de Alexandre Padilha, em São Paulo, e Gleisi Hoffmann, no Paraná, demonstram a fadiga material de um partido que ao longo da última década viveu abraçado à incompetência e mergulhou no universo da corrupção, “como nunca antes na história deste país”. Mesmo assim, há em outros estados exemplos claros desse fiasco protagonizado por Lula, que agora só consegue arrancar aplausos de claques pagas antecipadamente.

Durante esses quase doze anos em que esteve no poder, o PT sempre culpou a “elite golpista” pelos próprios fracassos, mas o desejo de mudança que ora grassa na população – exceto o curral eleitoral mantido à sombra do programa Bolsa Família – faz com que o partido experimente um dos piores fracassos de sua história. Muito pior do que a fragorosa derrota para Fernando Collor de Mello, em 1989, quando a legenda engrossava as fileiras da oposição e sobrevivia às custas de um discurso turbinado pelo falso moralismo e pela ética mambembe.

Hoje, com a débâcle petista precisando de algumas poucas horas para ser confirmada, Lula começa a mudar o seu papel na história, pois nada será como antes após as eleições deste domingo, 5 de outubro. Mesmo que uma eventual vitória de Dilma Rousseff surja das urnas do segundo turno, a derrota do PT e de seu símbolo maior é incontestável e por antecipação. O golpe silencioso que Lula e seus quejandos tramaram ao longo desses anos há de fracassar mesmo que Dilma continue como inquilina do Palácio do Planalto nos próximos quatro anos.

Por certo a “esquerda caviar” há de resgatar no baú do socialismo chicaneiro alguma tese esdrúxula para desfilar na vala do contraditório, mas as chancelas da incompetência e da corrupção se perpetuarão no couro de um partido bandoleiro que tentou avançar em seu projeto de poder por meio de medidas populistas e irresponsáveis, o que levou a economia nacional a um passo do despenhadeiro da crise. A irresponsabilidade foi tão avassaladora, que o núcleo duro do governo, temendo dias piores, acabou por reinventar a classe média verde-loura, desafiando todas os ensinamentos clássicos da economia planetária. Só assim foi possível acalmar a indignação daqueles milhões de brasileiros que, incautos, acreditaram em um discurso ufanista que incentivava o consumismo na esteira do crédito fácil.

A situação saiu do controle e Dilma não soube retomar as rédeas, porque sua visão míope diante da crise e a falta de humildade fizeram com que o cenário se agravasse dia após dia. Para que o leitor avalie a extensão da incompetência do atual governo, mais de duas dúzias de medidas de estímulo à economia foram adotadas desde janeiro de 2011 – média de uma a cada dois meses –, sem que ao menos uma tivesse produzido qualquer efeito. Mesmo assim, Dilma insiste em dizer que a inflação está sob controle e que o culpado pela crise é o cenário internacional.

Não importa quem vença a corrida presidencial deste ano, pois reverter o caos exigirá medidas drásticas, o que automaticamente remete à impopularidade. E o vencedor precisa estar ciente desse quadro.

Se Dilma sair vitoriosa das urnas e mantiver a atual política econômica, apesar das mentirosas promessas de mudança, o Brasil afundará ainda mais e o PT certamente desmoronará. Se a presidente implementar as mudanças necessárias, o PT naufraga de vez, pois será uma espécie de reconhecimento do fracasso, mas o Brasil começará a se reerguer. Na segunda hipótese, o brasileiro será obrigado a reforçar o estique de paciência e empenho, já que foi devastador o estrago patrocinado por Lula e seus Aladins de camelô. Apesar da crise que nos ronda, o melhor da eleição é a derrocada de Lula, um mitômano inconsequente que se presta ao ridículo papel de protetor de larápios.

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