Mentir é a ordem – Ciente de que no segundo turno não conseguirá apoios suficientes que lhe garantam a vitória na corrida presidencial, a candidata petista Dilma Rousseff começa a dar sinais de preocupação. Na terça-feira (7), em entrevista aos jornalistas que a aguardavam no Palácio da Alvorada, Dilma disse que ninguém é dono dos eleitores. Ou seja, independentemente da decisão a ser tomada pelo PSB e por Marina Silva em relação ao segundo turno, Dilma está disposta a lutar pelos 22 milhões de votos que a ex-ministra do Meio Ambiente colheu nas urnas na primeira rodada da disputa.
O discurso de Dilma Rousseff é no mínimo, pois é sabido que em regimes democráticos nenhum político ou partido é dono do eleitor e do seu voto. O máximo que se pode alegar é que determinadas ideologias conseguem formar um reduto de eleitores obedientes e míopes em termos políticos.
Além da questão ideológica, Dilma peca sobremaneira em seu discurso supostamente coerente e democrático, pois o “Bolsa Família”, programa de Estado de combate à fome e à miséria, foi transformado pelo PT em programa de governo, sem que nada tenha sido feito para barrar tamanha sandice. O erro do governo petista está em usar politicamente o “Bolsa Família” para criar e manter um obediente curral eleitoral.
Com 14 milhões de famílias inscritas, o que diretamente beneficia 56 milhões de pessoas, o “Bolsa Família” vem sendo utilizado pelo PT ao longo dos últimos anos para decidir eleições, pois os beneficiários votam nos candidatos do governo diante da propaganda terrorista sobre o suposto fim do programa em caso de vitória do candidato da oposição.
Que o PT não tem escrúpulos e joga cada vez mais sujo nas disputas eleitorais todos sabem, mas é inadmissível conviver com uma situação criminosa como a que o Palácio do Planalto impõe ao “Bolsa Família”.
Dilma e seus quejandos precisam ser diuturnamente desmascarados sobre o tema, uma vez que o “Bolsa Família” jamais foi uma invenção do PT, mas, sim, uma compilação dos programas sociais criados durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ademais, vale lembrar que, em 2000, o então oposicionista Lula foi à televisão para criticar aqueles que tentavam pegar os eleitores pelo estômago. Anos depois, em 2009, já se valendo do curral eleitoral formado pelo “Bolsa Família”, Lula não apenas defende o programa, mas chamou de “imbecis” e “ignorantes” os que criticam o assistencialismo do governo com fins político-eleitorais.