Frente parlamentar ouvirá delegado sobre dificuldades enfrentadas pela PF durante a Operação Lava-Jato

policia_federal_08Metralhadora giratória – A Frente Parlamentar da Segurança Pública ouvirá na terça-feira (14), na Câmara dos Deputados, o presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro, que falará sobre as dificuldades que a PF vem enfrentando nas investigações da Operação Lava-Jato. A iniciativa da audiência é do presidente da frente parlamentar, deputado federal Fernando Francischini (SD-PR).

“Marcos Leôncio vai explicar as condições que o governo federal está dando para que a Polícia Federal analise toda a documentação já apreendida durante a operação. As informações iniciais que possuo são de que a infraestrutura de investigação é mínima, existe abandono, poucos agentes permanecendo no caso e um revezamento gigantesco. As informações são as piores possíveis”, disse Francischini.

Depoimento antecipado

Líder do Solidariedade na Câmara, Fernando Francischinijá apresentou requerimento à CPMI da Petrobras para que o presidente da ADPF fale aos integrantes da comissão sobre o mesmo assunto. O deputado acredita que o governo tentará impedir esse depoimento na CPMI antes do segundo turno das eleições e, por isso, marcou a reunião da frente parlamentar para antecipar o depoimento.

“O governo vem a público, no período eleitoral, dizendo que dá autonomia à Polícia Federal, mas, na prática, não faz isso. O presidente da ADPF é a pessoa mais indicada para falar se a estrutura da PF está sendo deficitária e se está havendo jogo nos bastidores para evitar que essa operação siga em frente”, destacou Francischini.

Deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal, a Operação Lava-Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Entre os presos na operação estão o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Ambos estão sendo investigados pela CPMI da Petrobras.

A Operação Lava-Jato só foi possível a partir das denúncias feitas em 2008 e que ganharam espaço, desde então, no ucho.info, enquanto a grande imprensa se preocupava em rotular o editor do site como esquizofrênico, apenas porque insistiu em um tema que hoje todos os jornalistas correm atrás em busca de novas e exclusivas informações.

A Polícia Federal, apesar de todas as dificuldades, muitas delas impostas pelo próprio governo, fez um trabalho exemplar, à altura da reputação da extensa maioria de seus integrantes. Na sequência, preponderante foi o papel do Ministério Público Federal, que não esmoreceu diante das pressões palacianas e deu seguimento à investigação que desmontou o maior esquema de corrupção da história nacional.

De igual modo agiu e continua agindo o juiz federal Sérgio Moro, que competência e tenacidade preside os processos decorrentes da Lava-Jato, mesmo debaixo das recorrentes e covardes declarações de Dilma Rousseff, que tenta desqualificar o seu trabalho como forma de minimizar os efeitos do escândalo em sua campanha pela reeleição.

No momento em que o presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) se dispõe a relatar as dificuldades enfrentadas pela corporação durante as investigações da Operação Lava-Jato, fica patente que Dilma não moveu um dedo para combater a corrupção, mas, pelo contrário, trabalho nos bastidores para que não fosse descoberta a ciranda de corrupção que funcionava na Petrobras. (Com informações da Agência Câmara)

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