Serviço secreto alemão acredita que rebeldes derrubaram MH17, afirma revista

malaysia_airlines_29 (reuters)Cabo de guerra – Separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia rejeitaram acusações publicadas pela revista alemã “Der Spiegel”, no domingo (19), de que teriam sido os rebeldes os responsáveis pela queda do avião da Malaysia Airlines, em julho passado, matando as 298 pessoas a bordo, enquanto a aeronave sobrevoava a região. A revista cita como fonte o Departamento Federal de Informações (BND).

O líder separatista Andrey Purgin disse à agência de notícias Interfax que as informações publicadas pela revista são “falsas” e culpou Kiev pelo desastre. Purgin afirmou que não há entre os rebeldes ninguém com conhecimento técnico suficiente para operar o míssil, cujo sistema seria extremamente complicado.

De acordo com a “Der Spiegel”, porém, o chefe do serviço alemão de inteligência, Gerhard Schindler, revelou a uma comissão parlamentar no último dia 8 deste mês que os rebeldes capturaram do Exército ucraniano um míssil do sistema de defesa antiaéreo do tipo Buk e o lançaram no dia 17 de julho. O míssil explodiu próximo ao Boeing 777.

Após análise detalhada, baseada em fotos e imagens de satélite, o BND chegou à conclusão que os separatistas foram responsáveis pela tragédia. É importante destacar que a revista não divulgaria a informação se não tivesse certeza da conclusão a que chegou o BND. Por outro lado, os separatistas pró-Rússia fazem o jogo do governo de Moscou, a quem interessa politicamente a instabilidade na região, pois só assim Vladimir Putin pode desviar a atenção dos russos, cada vez mais preocupados com a situação do país.

Enquanto Kiev culpa Moscou pelo envio de armas e munição aos rebeldes do leste, governos europeus têm evitado fazer acusações sobre a responsabilidade do incidente. No entanto, pouco após a queda do MH17, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse haver “fortes indícios” de que os separatistas pró-Rússia teriam abatido o avião.

O governo holandês, que conduz duas investigações sobre as causas da queda do MH17, ainda não apontou responsabilidades. Dois terços dos passageiros eram holandeses.

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