Há dez anos Duda Mendonça era preso em rinha de galos, mas o PT de Dilma atrapalhou investigação

duda_10Papo furado – Presidente da República e candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff insiste em chamar a Polícia Federal de sua. Assim como faz em relação a qualquer investigação sobre escândalos de corrupção envolvendo “companheiros”. É importante esclarecer que a Polícia Federal é uma polícia de Estado, não de governo como quer o PT, e Dilma não tem poder para mandar investigar esse ou aquele caso. A atribuição da investigação é da PF, que já deveria estar investigando a presidente e o antecessor, pois a Operação Lava-Jato ainda há de alcançar ambos.

Nos debates eleitorais com o adversário Aécio Neves, a petista tem afirmado repetidas vezes que não coloca sob o capacho palaciano a sujeira do seu governo e do seu partido. Trata-se de uma sonora mentira, pois alguns escândalos mostram que o Palácio do Planalto arrasta para debaixo do tapete oficial a bandalheira petista.

Para não despejar sobre os leitores uma avalanche de informações, tomemos como exemplo alguns casos que foram alvo da criminosa “operação abafa”. O primeiro que pinçamos é o da prisão de Duda Mendonça, então marqueteiro de Lula, em uma rinha de galo em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Em 21 de outubro de 2004, portanto há dez anos, os delegados federais Antonio Carlos Rayol e Lorenzo Pompílio da Hora prenderam o marqueteiro e outros bandoleiros que costumam frequentar rinhas.

A acusação contra Duda Mendonça e seus parceiros de barbáries e selvageria era de crime ambiental. Levado para a sede da PF no centro do Rio de Janeiro, Duda Mendonça cometeu a ousadia de telefonar para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, petista conhecido. Bastos tentou dissimular a conversa, sugerindo que o marqueteiro procurasse um advogado, mas Rayol e Pompílio da Hora foram penalizados apenas porque cumpriram o que manda a lei. Os agentes Luís Amado e Marcelo Guimarães, que participaram da operação policial na rinha de galos, foram transferidos.

“Em 27 anos de atividades na polícia, nunca vi isso. Soube do afastamento através de colegas. Eles me informaram que o ato estava no boletim na intranet da Polícia Federal”, disse Rayol ao saber do seu afastamento.

Sérios e reconhecidamente competentes, os dois delegados foram afastados dos cargos que ocupavam e alvo de processos disciplinares. Rayol e Pompílio da Hora sofreram implacável perseguição por parte do desgoverno do PT, sendo que a ordem de exoneração dada por Lula só não foi adiante porque uma audiência pública na Câmara dos Deputados fez com que o Palácio do Planalto recuasse.

Antonio Carlos Rayol e Lorenzo Pompílio da Hora concederam ao ucho.info uma entrevista de mais de cinco horas, após a prisão de Duda Mendonça, o que levou o editor do site a ser alvo de perseguição do governo, que acionou os pelegos especialistas em destruir o trabalho alheio. A tentativa foi em vão, porque o site continua firme e atuante depois de uma década do episódio, assim como vivos e altivos estão os dois delegados.

Os aloprados e o dossiê fajuto

Em meados de 2006, o PT esculpiu mais um escândalo com o cinzel da mentira. Para comprometer a candidatura do tucano José Serra ao governo paulista e beneficiar o então senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, o partido decidiu produzir um conjunto de documentos apócrifos que acabou conhecido como “Dossiê dos Aloprados”.

Os envolvidos no esquema foram presos pela Polícia Federal, em São Paulo, sendo que o montante de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo, que seria usado para pagar os executores do tal dossiê, até hoje não teve a propriedade reclamada por quem quer que seja.

O delegado federal Edmilson Pereira Bruno, que comandou a investigação, foi acusado de vazar as fotos do dinheiro apreendido e acabou respondendo a processo disciplinar, a mando de Lula. Em conversa com amigos, anos mais tarde, Pereira Bruno disse que tanto Lula quanto Mercadante sempre souberam do plano que culminou com o “Dossiê dos Aloprados”.

Muito estranhamente, apenas Edmilson Pereira Bruno pagou caro por ter cumprido a lei e ter dado publicidade ao fato, algo que os petistas sempre defenderam enquanto engrossavam a oposição. Com um pouco mais de sorte, Severino Alexandre, que à época era o diretor executivo da PF, não sofreu qualquer retaliação por ter orientado Gedimar Passos, um dos detidos com o dinheiro sujo que pagaria o dossiê, para extirpar de seu depoimento alguns nomes “estrelados”. O então superintende da PF, Geraldo Araújo, se valeu do cargo para dificultar as investigações.

A farsa desabou sobre a seara do banditismo quando um dos envolvidos revelou ao delegado Edmilson Bruno que temia por sua vida porque a missão que emoldurou o “Dossiê dos Aloprados” era do conhecimento de Lula, Mercadante e dos principais dirigentes do PT.

O braço direito de Dilma e a amante corrupta

Para provar que a presidente-candidata é conivente e adepta da chamada “operação abafa”, vale citar dois casos emblemáticos que deram em nada. Pessoa de confiança de Dilma, a quem substituiu no comando da Casa Civil, Erenice Guerra foi investigada pela Polícia Federal e por conta da intervenção do Palácio do Planalto acabou inocentada.

A cúpula do governo e a direção do PT sempre souberam do tráfico de influência que ocorria às barbas de todos os palacianos, mas o staff presidencial decidiu que Erenice seria inocentada. Como a PF “não encontrou” provas, a Justiça não pode condená-la.

O mesmo ocorreu em relação a Rosemary Noronha, na Operação Porto Seguro foi flagrada pela Polícia Federal em um criminoso esquema de venda de pareceres de órgãos federais. Rose, como é conhecida na intimidade a Marquesa de Garanhuns, apresentava-se aos interlocutores (leia-se corruptores) como a namorada de Lula, o ex-presidente e agora lobista de empreiteira.

Nos bastidores do poder Rose fez algumas ameaças, suficientes para que a cúpula petista corresse para atender suas solicitações, dentre elas uma equipe de advogados de fazer inveja aos mais ousados e abastados mafiosos. Desde dezembro de 2012, as investigações da Operação Porto Seguro passaram a andar de lado, sendo algumas simplesmente minguaram. Isso porque um aprofundamento das investigações poderia chegar a um conhecido apartamento de São Bernardo do Campo, importante cidade do Grande ABC.

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