Nariz empinado não impediu que Gleisi buscasse dinheiro em shopping popular de Curitiba

gleisi_hoffmann_61Nó cego – Conhecida como a “dondoca comunista”, a ponto de ser chamada de “Barbie Paraguaia”, com direito a nariz cirurgicamente empinado, Gleisi Hoffmann não se acanhou ao buscar recursos para sua campanha ao Senado, em 2010, em um centro comercial popular de Curitiba, o Shopping Total. Foi lá, segundo denúncia publicada há dias e com exclusividade no ucho.info, que a senadora mandou buscar R$ 1 milhão em dinheiro vivo, divididos em quatro parcelas. O dinheiro, solicitado pelo então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi intermediado pelo doleiro Alberto Youssef.

Youssef disse em depoimento ao Ministério Público Federal que deu R$ 1 milhão à campanha que elegeu Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Gleisi foi chefe da Casa Civil no governo da presidente Dilma Rousseff entre junho de 2011 e fevereiro deste ano, substituindo Antonio Palocci Filho, acusado de promover o milagre da multiplicação em seu patrimônio. O feito mais notável de Gleisi no ministério foi escalar um pedófilo, Eduardo Gaievski, para comandar as políticas do governo federal para crianças e adolescentes.

De acordo as declarações do doleiro da Operação Lava-Jato, o montante foi entregue em quatro parcelas, em espécie, ao dono do shopping Total de Curitiba, Michel Gelhorn. Três das parcelas foram entregues no próprio shopping, de acordo com Youssef. O depoimento do doleiro foi prestado aos procuradores que atuam na investigação da ciranda de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras, na esteira de acordo de delação premiada.

Paulo Roberto Costa já havia citado em sua delação que a campanha de Gleisi recebera R$ 1 milhão. Costa confirmou que uma anotação que havia em um de seus cadernos apreendidos pela Polícia Federal (“P.B., 0.1”) era uma referência cifrada a essa doação. Ainda de acordo com Costa, P.B era Paulo Bernardo, marido de Gleisi. Em 2010, quando foi feita a anotação pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Bernardo era o ministro do Planejamento do governo Lula. Em 2011, com a posse de Dilma Rousseff, assumiu a pasta das Comunicações.

Em sua prestação de contas á Justiça Eleitoral, Gleisi Hoffmann declara gastos de R$ 26.955.040,42 para obter 881.857 votos – equivalente a R$ 30,56 por voto. Os principais gastos da campanha foram com publicidade em diversos meios (R$ 6.977.251,22), seguido de despesas não especificadas com pessoal – R$ 6.594.203,96 gastos em 3.264 pagamentos, uma média de R$ 2.020 por pagamento. A campanha de Gleisi gastou ainda R$ 3.018.105 com a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo; e R$ 2.059.372,14 com a cessão ou locação de veículos.

A arrecadação da campanha ficou abaixo dos gastos, com R$ 21.038.010,00 repassados para Gleisi. A maior parte dos recursos veio da direção nacional do PT – R$ 15.335.500. Também doaram o diretório estadual (R$ 1,55 milhão); a Construtora Triunfo (R$ 1,5 milhão); a Corumabense Reunida (R$ 500 mil); a campanha da presidente Dilma Rousseff (R$ 497.150); a Galvão Engenharia (R$ 420 mil); o Bradesco (R$ 250 mil); e a Elivel Automotores (R$ 200 mil). Na prestação de contas não existe qualquer menção ao dinheiro (R$ 1 milhão) desviado da Petrobras e que teria sido entregue no shopping de Curitiba.

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