CPMI da Petrobras: Camargo Corrêa terá de explicar pagamentos adicionais em termelétrica

petrobras_16Alça de mira – A situação da empreiteira Camargo Corrêa, acusada reiteradas vezes de envolvimento no maior escândalo de corrupção da história nacional, desmontado pela Operação Lava-Jato, agravou-se nas últimas horas por causa de novas e comprometedoras denúncias. Isso porque o esquema de corrupção pode ter ultrapassado as fronteiras da Petrobras e alcançado outras estatais, como a Eletrobras, por exemplo.

Na edição de domingo (16) o jornal “O Globo” trouxe matéria em que destaca um pagamento adicional à empreiteira, por parte da Petrobras, no âmbito da obra da termelétrica de Termoaçu, no Rio Grande do Norte. A matéria de “O Globo” confirma algumas denúncias feitas pelo UCHO.INFO de que o esquema de corrupção que substituiu o Mensalão do PT chegaria a usinas de geração de energia elétrica, em especial das termelétricas.

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) criticou os aditivos pagos pela estatal para a obra da termelétrica de Termoaçu, O parlamentar afirmou que ingressará com requerimentos na CPMI, que investiga os escândalos da Petrobras, solicitando cópias do contrato com a construtora Camargo Corrêa, dos relatórios das auditorias internas da empresa relativas à termelétrica e o contrato de aquisição da parcela da Neoenergia, da Termoaçu, de 2013. Para o parlamentar, o valor adicional pago pela estatal precisa ser esclarecido.

O deputado paranaense afirmou que o aditivo levanta muitas dúvidas tendo em vista que a empresa responsável pela construção da termelétrica, Camargo Correa, recebeu inicialmente R$ 690 milhões pelo empreendimento. Para Bueno, o valor adicional de R$ 139 milhões, pagos cinco anos após a conclusão da obra, gera muitas dúvidas principalmente pelo fato de todos os negócios realizados pela Petrobras com empreiteiras estarem sob suspeita.

“Estamos falando de uma estatal totalmente tomada por escândalos e contratos fraudulentos com grandes empreiteiras brasileiras. Os seus principais diretores estão encarcerados devido a corrupção instalada na maior empresa pública brasileira. Esse aditivo, cinco anos após a obra, precisa ser analisado. Certamente levanta muitas suspeitas”, disse.

A Petrobras teria pago, em 2013, adicional de R$ 139 milhões à Camargo Correa, responsável pela obra da termelétrica de Termoaçu. Inicialmente o empreendimento, inaugurado em 2008, teria custado aos cofres da estatal R$ 690 milhões. Ainda segundo a matéria a obra foi inaugurada com uma série de problemas de engenharia e auditoria interna da petroleira desaconselhou novos pagamentos.

A grave denúncia surge no momento em que dirigentes da Camargo Corrêa estão presos na superintendência da Polícia Federal em Curitiba e tentam reconquistar a liberdade por meio de pedidos de habeas corpus protocolados pelos advogados nas instâncias superiores da Justiça.

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