Situação difícil – Os primeiros dois anos do mandato do presidente do México, Enrique Peña Nieto, foram marcados por protestos em várias cidades do país nesta segunda-feira (1). Na Cidade do México, milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a renúncia de Peña Nieto. Elas agitavam bandeiras em referência ao desaparecimento de 43 estudantes na cidade de Iguala, estado de Guerrero.
“Eu me ponho no lugar das mães que não sabem onde seus filhos estão, e é difícil, é doloroso”, afirmou uma mulher de 66 anos. O jornal “El Universal” divulgou uma pesquisa afirmando que a popularidade do presidente atingiu um recorde negativo, com apenas 41% de aprovação. É o pior resultado de um presidente desde meados dos anos 1990.
O principal alvo das críticas é a atuação do governo na crise gerada pelo desaparecimento dos estudantes de Iguala, em 26 de setembro. O caso ainda não foi totalmente esclarecido, mas é muito provável que se trate de um massacre.
Em Chilpancingo, capital do estado de Guerrero, pais dos 43 estudantes encabeçaram uma manifestação de protesto que terminou em atos de violência. Cerca de 300 pessoas, incluindo alunos da escola rural de Ayotzinapa, a mesma dos estudantes desaparecidos, escreveram palavras de ordem em edifícios.
Alguns manifestantes encapuzados queimaram três veículos oficiais e destruíram outros 20. Durante o protesto, a mãe de um dos desaparecidos declarou que este é o início de “outra luta”, mais intensa, e advertiu que os ataques vão continuar se os desaparecidos não forem devolvidos vivos.
O porta-voz dos pais, Felipe de la Cruz, disse que o protesto reflete a raiva das famílias por não terem recebido resposta sobre o destino dos seus filhos, desaparecidos após terem sido entregues por policiais a membros do crime organizado.
Sob pressão, Peña Nieto enviou ao Congresso uma série de iniciativas para redesenhar o sistema mexicano de segurança pública. As novas propostas, que haviam sido anunciadas na semana passada, buscam melhorar os processos de seleção e formação dos policiais. Uma das propostas sugere trocar as 1.800 unidades de polícias municipais por 32 polícias estaduais. (Com agências internacionais)