Crise econômica: previsão de crescimento do PIB recua mais uma vez e dólar chega perto de R$ 2,70

dolar_35Ladeira abaixo – Dilma Vana Rousseff, a presidente reeleita, continua devendo ao mercado financeiro uma sinalização minimamente convincente acerca da política econômica do próximo governo, que estreia em 1º de janeiro. Anunciar os nomes dos ministros da Fazenda e do Planejamento, Joaquim Levy e Nelson Barbosa, respectivamente, parece não ter sido suficiente para recuperar a credibilidade do País e resgatar a confiança dos investidores.

Cada vez mais mergulhado na crise econômica, o Brasil vive um momento de incertezas, resultado de um governo que chafurda na lama da corrupção e padece de incompetência. sem contar a crise institucional que se aproxima cada vez mais do Palácio do Planalto.

Nesta segunda-feira (15), como faz regularmente, o Banco Central divulgou os prognósticos dos especialistas do mercado financeiro para a economia em 2014, que está nas suas duas últimas semanas. De acordo com o Boletim Focus, que ouviu os economistas das cem principais instituições financeiras em atividade no País, o Produto Interno Bruto (PIB) deve cresce neste ano apenas 0,16%, contra 0,18% da previsão anterior. É importante lembrar que o demitido Guido Mantega, ministro da Fazenda em exercício, disse que em 2014 o crescimento do PIB seria de 4%.

Para 2015, os economistas apostam crescimento do PIB de 0,69%, a terceira redução seguida. Na semana anterior, a previsão de crescimento da economia no próximo ano era de 0,73%.

Câmbio

Na seara das moedas estrangeiras, os economistas consultados pelo BC elevaram a previsão para a taxa de câmbio. Segundo os profissionais do mercado financeiro, o dólar deve fechar o ano valendo R$ 2,60, contra R$ 2,55 da previsão anterior. Para o final de 2015, os analistas preveem o dólar valendo R$ 2,72. Na semana anterior a previsão era de R$ 2,70 por cada dólar.

A crise econômica que chacoalha o Brasil é tão preocupante e grave, que nesta segunda-feira a moeda norte-americana encerrou os negócios valendo R$ 2,6856, depois de, ao longo do dia, ultrapassar a barreira dos R$ 2,70 (o dólar chegou a ser comercializado por R$ 2,7019).

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Inflação

Em relação o mais temido fantasma da economia, os analistas mantiveram as expectativas para este e o próximo ano. Para 2014, a previsão de inflação foi mantida em 6,38%, e para 2015, em 6,5% (teto do programa metas estabelecido pelo governo).

No acumulado de doze meses, até novembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, somou 6,56%.

A inflação real, aquela que os brasileiros enfrentam no cotidiano, há muito deixou para trás o patamar de 20% ao ano. Isso obrigou o cidadão a mudar o habito de consumo, substituir produtos e marcas, privilegiar certas despesas, ao mesmo tempo em que faz com que o trabalhador conviva com a corrosão do salário.

Taxa de juros

No âmbito da taxa básica de juro, a Selic, que por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi recentemente elevada para 11,75% ao ano, o mercado financeiro prevê 12,5% para o fechamento de 2015. Ou seja, apesar de todos os anúncios feitos pela equipe econômica do novo governo, a expectativa em relação à inflação não é das melhores, o que explica a aposta de 12,5% para a Selic ao final do próximo ano.

Considerando que o aumento real do salário mínimo será irrisório em razão do péssimo desempenho da economia, somente um irresponsável é capaz de acreditar que, com esse cenário, o consumo poderá reverter a crise econômica que só faz crescer. Com o salário mínimo perdendo poder de compra mês após mês, as taxas de juro ao consumidor elevadas, o endividamento recorde das famílias e o temor dos bancos em conceder crédito, falar em consumo é caso para camisa de força.

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