Janot levará ao STF nomes de trinta políticos envolvidos no Petrolão; Gleisi está na lista

gleisi_hoffmann_21Calça curta – Procurador-geral da República, Rodrigo Janot passou o final de semana lendo o calhamaço de documentos da delação premiada de Alberto Yousseff, o doleiro preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. Até a próxima sexta-feira (19), Janot enviará a documentação ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, para que a delação seja homologada. Na transcrição dos depoimentos constam os nomes de pelo menos trinta políticos com foro privilegiado (governadores, deputados, senadores), todos devidamente confirmados por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, como beneficiários do carrossel de corrupção que funcionava na estatal.

Como já noticiou o UCHO.INFO, ao menos sessenta políticos, entre parlamentares, governadores e ministros, estão envolvidos no esquema criminoso que por meio de superfaturamento de contratos arrebentou os cofres da Petrobras. Além dos supostos trinta nomes que constam da deleção de Alberto Youssef, outros tantos constam como beneficiários de segundo escalão do desvio de recursos da petrolífera. O número de envolvidos é passível de comprovação a partir dos partidos acusados de envolvimento no escândalo; PT, PMDB e PP. Nas três legendas é grande a quantidade de parlamentares que colocaram a mão no dinheiro imundo.

A lista de implicados ainda é desconhecida, mas o UCHO.INFO sabe os nomes dos que em breve estarão no olho do furacão. Contudo, um dos nomes com presença garantida na lista é o da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), ex-ministra chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. O envolvimento de Gleisi no Petrolão vazou em outubro, através do delator Paulo Roberto Costa.

natal2014_01

O ex-diretor da Petrobras disse ao Ministério Público Federal que o esquema de corrupção que existia na empresa estatal repassou R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi Hoffmann ao Senado, em 2010, de acordo com reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”. Eleita naquele ano, Gleisi Hoffmann licenciou-se do Senado para assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil no início do governo da presidente Dilma Rousseff. Nas eleições deste ano, Gleisi concorreu ao governo do Paraná e após fragoroso fracasso terminou a disputa em terceiro lugar.

O conteúdo da delação de Paulo Roberto Costa foi confirmado por Alberto Youssef. Em depoimento ao Ministério Público Federal, o doleiro disse ter dado R$ 1 milhão à campanha que elegeu Gleisi Hoffmann ao Senado. De acordo com Youssef, o montante foi entregue em quatro parcelas, em dinheiro vivo, ao dono de um shopping popular de Curitiba, que repassou o dinheiro à petista. Três das parcelas foram entregues no próprio shopping, segundo o doleiro da Lava-Jato. A última parcela de R$ 250 mil foi entregue pessoalmente à ministra em seu apartamento na capital paranaense.

Paulo Roberto Costa disse que a campanha de Gleisi recebeu ajuda a pedido do doleiro, apontado como operador de um esquema que teria desviado recursos da Petrobras para partidos políticos. Flagrados na Operação Lava-Jato, ambos decidiram colaborar com as autoridades em troca de redução das respectivas penas. Youssef era parceiro do deputado federal André Vargas, que fazia parte do mesmo grupo político de Gleisi e do marido, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações). Coordenador da campanha da senadora petista ao Palácio Iguaçu, Vargas deixou o PT depois que veio à tona emergiu suas relações nada ortodoxas com o doleiro.

apoio_04