Homem armado mantém reféns em Sydney; ação terrorista não está descartada

australia_01Momentos de tensão – Um homem armado mantém dezenas de pessoas reféns dentro do Lindt Café, na região do Martin Place, no centro de Sydney, desde a manhã desta segunda-feira (15), horário local. Imagens da TV australiana mostraram os reféns sendo forçados a segurar uma bandeira preta com dizeres em árabe, similar à utilizada pela milícia terrorista “Estado Islâmico”.

Negociadores da polícia de Sidney estabeleceram contato com o sequestrador, que já foi identificado, mas pro segurança os dados são mantidos sob sigilo. “Ainda não confirmamos se tratar de um ataque terrorista”, disse o comissário de polícia Andrew Scipione, que afirmou ser a estratégia policial consistente como a de um atentado.

Um dos reféns ligou para uma emissora rádio local dizendo que o atirador exige uma bandeira do “Estado Islâmico” e que deseja falar com o primeiro-ministro Tony Abbott, sendo que a conversa deveria ser transmitida ao vivo, mas esse pedido dificilmente será atendido. Os reféns disseram que o sequestrador afirmou ter plantado quatro bombas, duas no café e outras duas em distintos pontos da cidade.

Dezenas de policiais fortemente armados cercaram o café na Martin Place, distrito financeiro no centro da cidade, que abriga também o Banco de Reserva da Austrália, o gabinete do primeiro-ministro e outros dois grandes bancos do país.

O chefe executive da Lindt Austrália, Steve Loane, disse haver “provavelmente trinta clientes” dentro do café, juntamente com mais 10 funcionários. Em seguida, um porta-voz da polícia reduziu a estimativa de Loane, mas não revelou o número exato de reféns.

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O primeiro-ministro australiano disse que as motivações do sequestro ainda não estão claras. “Nós ainda não sabemos se essa ação tem motivações políticas, há indícios de que possa ter”, disse Abbott a repórteres na capital Camberra, qualificando o incidente como “perturbador”.

A polícia isolou a área onde o corre o sequestro e evacuou escritórios próximos. Um porta-voz da polícia disse não haver relato de feridos. Até o momento, pelo menos cinco pessoas (três homens e duas mulheres) conseguiram deixar o café, mas não se sabe se fugiram ou foram libertadas pelo sequestrador. Os homens saíram correndo pela saída de incêndio do prédio gritando “não atirem!” e se protegeram entre os policiais.

O estudioso do islamismo Zain Ali, da Universidade de Auckland, disse que a provável tradução da mensagem na bandeira preta é “não há outra divindade além de Deus (Allah), e Maomé é o mensageiro de Deus”. Esta é uma declaração conhecida como “shahada”, o primeiro dos cinco pilares da fé muçulmana. Até o momento, mais de 40 grupos muçulmanos na Austrália condenaram a ação do sequestrador.

“Nós rejeitamos qualquer tentativa de tirar vidas humanas inocentes ou de instaurar medo e terror em seus corações”, afirmaram os líderes muçulmanos da Austrália eles em um comunicado conjunto, acrescentando se tratar de um “ato abominável”.

A famosa Ópera de Sydney foi evacuada mais cedo na segunda-feira, depois que um pacote suspeito foi descoberto. Não há informações sobre a ligação entre o pacote e incidente no café. (Com agências internacionais)

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