Escondendo o jogo – Em reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO), solicitada pelo Democratas, os futuros ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) não revelaram as áreas em que ocorrerão cortes e nem o modo como isso acontecerá para recuperar a combalida economia brasileira a partir de 2015.
Em reunião a portas fechadas, realizada nesta terça-feira (16), Levy e Barbosa se comprometeram a abandonar a “contabilidade criativa” do atual governo em nome da austeridade necessária. O encontro foi um pedido do líder da legenda, Mendonça deputado federal Mendonça Filho (PE), como garantia para o diálogo entre governo e oposição sobre o Orçamento de 2015.
“Eles explicitaram o compromisso de manter as metas fixadas com relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias em 2015. Esse é o compromisso mais importante para a Oposição para não acontecer o que aconteceu em 2014. O quadro econômico de dificuldades com medidas duras a ser adotadas no sentido de ajustar a economia foi reconhecido pelos ministros”, defendeu. Os parlamentares lamentaram a falta de respostas claras sobre como será feito o reajuste para colocar a economia nos trilhos.
“Ficou muito claro que o governo vai dar um verdadeiro ‘cavalo de pau’ na economia. Reconhecem que gastaram muito, que gastaram mal e agora precisam reverter essa situação com cortes profundos nas suas despesas. Vem aí um pacotão de aumento de impostos e redução de despesas e precisamos estar vigilantes para que a conta não seja transferida para o consumidor pagar”, afirmou Rodrigo Garcia.
Novos impostos
A oposição tem como consenso a postura de obstruir qualquer tentativa do governo de resgatar um novo imposto. O governo acena com a volta da CPMF ou mesmo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), que recai sobre o preço dos combustíveis. Qualquer das medidas acarretaria impacto nos preços de produtos e serviços, algo considerado imprudente diante da inflação oficial, que vem se mostrando resistente, apesar na queda do consumo. No âmbito da inflação real, o impacto seria idêntico, fazendo com que o índice de 20%, que aparece nas prateleiras, dos supermercados, subisse ainda mais.
“Vamos dificultar a criação de qualquer imposto novo. É preciso acabar com essa mania de toda vez que o governo está em desequilíbrio entre despesa e receita querer espetar mais imposto no bolso do contribuinte brasileiro”, assegurou Mendonça.