Força-tarefa – As autoridades indonésias confirmaram que as equipes de busca resgataram mais de 40 corpos perto dos destroços do avião da AirAsia que desapareceu no último domingo (28) com 162 pessoas a bordo. “O navio de guerra Tomo Bung recuperou 40 corpos, e o número está aumentando. Estão muito ocupados agora”, afirmou Manahan Simorangkir, porta-voz da Marinha.
Informação inicial da Marinha da Indonésia afirmava que mais de 40 corpos haviam sido recuperados, mas essa informação foi posteriormente desmentida pela própria Marinha, que disse se tratar de uma falha de comunicação pelo rádio.
“Com base na rádio da Marinha, foi relatado que o navio de guerra Bung Tomo recuperou 40 corpos e o número está aumentando. Eles [as equipes] estão muito ocupados”, havia dito o porta-voz da Marinha Manahan Simorangkir.
Mais tarde, o chefe das equipes de busca, Bambang Soelistyo, confirmou que os destroços encontrados são do avião da AirAsia e que três corpos foram retirados do mar. Os corpos são de duas mulheres e de um homem.
Familiares das 162 pessoas que estavam a bordo do voo QZ8501 puderam ver nos monitores do centro de resgate as primeiras imagens dos cadáveres, o que causou enorme consternação. Eles abraçaram-se e choraram em Surabaia, de onde o avião decolara. O prefeito de Surabaya, Tri Rismaharini, estava presente ao anúncio da recuperação dos corpos. “Já não são nossos, pertencem a Deus”, disse.
O avião ainda não foi encontrado, mas Tatang Zaenudin, oficial da Agência Nacional de Resgate e Buscas, também onfirmou que destroços avistados na área das buscas, a sudoeste da ilha de Bornéu, são do avião do que fazia o voo QZ8501.
O vice-presidente da Indonésia, Mohamad Jusuf Kalla, concederá coletiva de imprensa em Jacarta nas próximas horas para informar sobre a operação de resgate, que inclui vários navios militares e barcos de pesca.
No início da manhã desta terça-feira (30), o diretor de aviação civil da Indonésia confirmou que os destroços encontrados no mar pertenciam ao avião. Foram achados uma porta do avião, um escorregador inflável, malas e coletes salva-vidas. Os primeiros objetos foram encontrados por um pescador local, a cerca de 10 km da última posição registrada pelo radar aéreo.
De acordo com Soelistyo, chefe das equipes de busca, informou que um avião das Forças Aéreas indonésias também avistou uma “sombra” no formato de uma aeronave no fundo do mar, o que se acredita ser o avião da AirAsia.
Cerca de 30 navios e 21 aviões da Indonésia, Austrália, Malásia, Cingapura, Coreia do Sul e Estados Unidos realizaram buscas numa área de 10 mil milhas náuticas quadradas nesta terça-feira. Soelistyo afirmou que as buscas estavam agora concentradas no local onde a “sombra” e os destroços foram avistados, cerca de 160 quilômetros a sudoeste da ilha de Bornéu.
O voo QZ8501 sumiu dos radares cerca de uma hora depois de decolar do aeroporto internacional de Juanda, na ilha de Java, na Indonésia, às 5h20 de domingo (horário local). Ele deveria pousar quase três horas depois em Cingapura. O avião perdeu contato com as torres de controle de Jacarta às 6h24 (21h24 pelo horário de Brasília), 42 minutos depois de ter decolado de Subaraya, na ilha de Java, em direção a Cingapura. As autoridades informaram que a aeronave estaria entre a ilha de Bornéu e a ilha de Java quando fez seu último contato.
Segundo informações da AirAsia, o piloto pediu para mudar o itinerário previsto antes de decolar e para voar um pouco mais alto, com o objetivo de evitar turbulências. Essa região do sudeste asiático passa, no momento, por seu período de chuvas.
Em sua conta no Twitter, o diretor executivo da AirAsia, Tony Fernandes, expressou suas condolências aos parentes das vítimas. “Meu coração está repleto de tristeza por todas as famílias envolvidas no voo QZ8501. Em nome da AirAsia, meus pêsames a todos. Palavras não são capazes de expressar o quanto estou triste”, escreveu. (Com agências internacionais)