Gilberto Carvalho abusa do palavrório ao deixar o governo e diz que petistas não são “ladrões”

gilberto_carvalho_10Face lenhosa – Debochado e ao mesmo tempo cínico, Gilberto Carvalho despediu-se nesta sexta-feira do comando da Secretaria-Geral da Presidência da República, ocasião em que passou o cargo ao “companheiro” Miguel Rossetto, pessoa de confiança da presidente Dilma. Nos últimos quatro anos, Carvalho atuou como espião do ex-presidente e agora lobista Lula no Palácio do Planalto.

No discurso de despedida, Gilberto Carvalho, que ainda deve ao País explicações sobre o esquema criminoso que culminou com o assassinato de Celso Daniel, disse que a gestão petista não é formada por “ladrões” que punidos foram “os que cometeram erros”. “A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, para servir. Nós não somos ladrões”, afirmou o ex-secretário-geral.

Carvalho tem razão ao afirmar que os petistas do governo não são ladrões, pois seria minimalismo comparar a atuação da “companheirada” com a dos delinquentes que saquearam os cofres públicos, a começar pelos da Petrobras, alvo do maior esquema de corrupção da história nacional, o Petrolão.

Sem mencionar o nome do senador Aécio neves (PSDB-MG), que após a corrida presidencial disse que perdeu a eleição para uma organização criminosa, Gilberto Carvalho disse que “eles” consideram pobres como “quadrilha”. “Para aqueles que disseram que ganhamos (a reeleição de Dilma) como quadrilha, quero dizer que essa é nossa quadrilha, porque para eles pobre é uma quadrilha”, afirmou. “Para alguém que disse que perdeu as eleições para uma quadrilha, essa é a nossa quadrilha, a dos pobres”, completou.

Gilberto Carvalho é um alarife experimentado e sabe tirar proveito das próprias declarações. Esse discurso malandro serve para reaproximar o PT dos movimentos sociais, uma vez que os mais necessitados foram abandonados pelo partido ao longo dos últimos doze anos. Nesse período, o partido se preocupou em medidas populistas e de cabresto, como o programa Bolsa Família, que permitiu á legenda a formação e manutenção de um obediente curral eleitoral que faz a diferença na hora do voto.

Carvalho é um aproveitador conhecido quando em pauta estão as declarações dos adversários que, de forma recorrente, apontam o indicador na direção de um partido que se especializou em banditismo político, como comprovou o Petrolão e o Mensalão do PT. Aécio Neves em nenhum momento classificou os pobres como quadrilha, mas apenas afirmou que perdeu a eleição para uma organização criminosa, o que é fato incontestável.

Se a cúpula do partido quiser processar o UCHO.INFO e seu editor, que sintam-se à vontade, pois nossos arquivos têm muito mais provas do que imaginam os saltimbancos que frequentam o Planalto Central. Se for o caso, começaremos a revelar em doses homeopáticas os absurdos cometidos por muitos integrantes do “partido-quadrilha”, como, por exemplo, o pagamento dos honorários advocatícios de alguns “companheiros” que envolveram-se em ilícitos e escândalos de corrupção. Caso seja esse o caminho a seguir, o titular de um dos mais importantes ministérios do novo governo cai em questão de horas.

Contrariando suas declarações falaciosas e provando que o PT é de fato uma organização criminosa, Gilberto Carvalho aproveitou as derradeiras nesgas dos holofotes midiáticos para falar sobre o “uso do aparelho de Estado” pelo partido. “Nosso governo conseguiu fazer o essencial que é fazer a mudança fundamental da lógica de uso do aparelho do Estado”, disse o agora ex-palaciano.

Trata-se de mais um momento de ousadia de Gilberto Carvalho, já que o uso do aparelho do Estado pelo PT ficou claramente comprovado na esteira da Operação Lava-Jato, que só foi possível porque, em 2009, o editor do UCHO.INFO e o empresário Hermes Magnus levaram ao Ministério Público Federal um cipoal de denúncias sobre o esquema de corrupção criado, ainda em 2005, para substituir o criminoso Mensalão do PT.

Que a partir de agora o abusado Gilberto Carvalho limite-se a conviver com a própria insignificância, mesmo que no partido ele seja incensado como alguém que é referência. Até porque, qualquer símbolo de referência em organização criminosa é passível de desconfiança.

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